Segue abaixo manifesto dos estudantes ocupados na reitoria da PUC-SP desde a madrugada de ontem. É, mais uma ocupação e como o Douglas comentou alguns posts atrás esse parece o ano das ocupações de reitorias mesmo. Por que será?
De certa maneira tem havido reformas e tentativas de mudanças drásticas em todas as universidades (ou ao menos nos lugares que podemos realmente considerar universidades); Há um norte sendo colocado tanto nas univerrsidades públicas quanto nas particulares. Essa nova direção nas políticas educacionais para universidades é motivo de alarde desde quando FHC (personificado em seu ministro da educação Paulo Renato) implementou medidas que afetaram drasticamento o ensino universitário. Dessa forma hoje REUNI do governo federal, esse projeto de Redesenho da PUC-SP e o toda projeto de "contenção de gastos" com as universidades públicas paulistas e perda de autonomia das mesmas realizado pelos governos alckmin/serra são manifestações de políticas que não pensam mais a universidade como produção de conhecimento mas como mera formação de mão de obra qualificada, não se pensa sequer o fazer. Submeter a universidade a essa lógica e perder qualquer perspectiva de engrandecimeno do país afinal, se não na universidade, aonde se pensarão e se resolverão os problemas nacionais? Não digo só do ponto de vista das humanidades aonde esse discurso é batida mas pensando conhecimento como um conjunto. Pra quem se destinará então a produção desse conhecimento?
Por vias retas ou tortuosas o movimento de ocupações coloca essas questões na pauta de discussão. E eles realmente só tem sentido de existirem se for pra discutir isso mesmo.
Nesse momento também vale a pena relembrar um artigo da professora Maria Sylvia Carvalho Franco ainda do primeiro semestre naquele cenário de greve nas públicas paulistas em que ela discute o sentido da universidade. Segue trecho
Abraços, cae.
MANIFESTO DOS ESTUDANTES OCUPADOS NA REITORIA DA PUC-SP http://ocupapuc.wordpress.com/
Ocupamos a reitoria nesta noite como forma de protesto pela maneira com a qual o "Redesenho Institucional", demissões e bolsas vêm sendo tratadas [sic] nesta universidade. O verticalismo burocrático tem mantido toda a comunidade puquiana à margem de um dos mais importantes processos pelo qual essa universidade já passou. Nós, os estudantes, seguidamente pagamos o pato das políticas desastradas da gerontocracia universitária. Basta! Não aceitaremos a intervenção da tropa de choque neste ato político, como é costume dos poderosos da burocracia universitária. Basta! Não ficaremos calados, conforme é a vontade dos de cima. Basta! Democracia se faz de forma direta, sem conselhos de fantoches, sorrisos e bocas. Basta de laboratórios picaretas e mensalidades altas. Realmente, do alto do castelo, a vista é linda.
Quem sabe o que é o "redesenho"? Estamos aqui para debater com cada estudante, de portas abertas, para construir opiniões e consensos. Sim, a reitoria da PUC-SP não é mais um claustro, à mando da Santíssima Trindade (Pai, Cúria, Bradesco Santo).
O movimento estudantil da PUC não consentirá com tais medidas arbitrárias. Propomos pelo momento:
- Só haverá negociação mediante o resultado das assembléias de curso e com a garantia de não haver nenhuma forma de repressão tanto pela Graber quanto pela polícia.
- Anulação do processo de "Redesenho Institucional". Por um processo realmente democrático, construído pela comunidade.
- Pela revogação da atual política de bolsas que impede os primeiranistas de terem acesso à universidade. Queremos bolsas que atendam as reais necessidades dos estudantes e que a abertura deste novo edital se dê mediante à participação dos estudantes.
- Nenhuma demissão de professores e funcionários. Chega de demissões!
- Nenhuma punição aos estudantes ocupados. Choque então, nem pensar.
- Solidariedade às demais ocupações em todo o Brasil. A nossa luta é uma só!
Amanhã acontecerão assembléias por toda a universidade para discutir as demandas especificas de cada curso frente ao processo de "redesenho".
De certa maneira tem havido reformas e tentativas de mudanças drásticas em todas as universidades (ou ao menos nos lugares que podemos realmente considerar universidades); Há um norte sendo colocado tanto nas univerrsidades públicas quanto nas particulares. Essa nova direção nas políticas educacionais para universidades é motivo de alarde desde quando FHC (personificado em seu ministro da educação Paulo Renato) implementou medidas que afetaram drasticamento o ensino universitário. Dessa forma hoje REUNI do governo federal, esse projeto de Redesenho da PUC-SP e o toda projeto de "contenção de gastos" com as universidades públicas paulistas e perda de autonomia das mesmas realizado pelos governos alckmin/serra são manifestações de políticas que não pensam mais a universidade como produção de conhecimento mas como mera formação de mão de obra qualificada, não se pensa sequer o fazer. Submeter a universidade a essa lógica e perder qualquer perspectiva de engrandecimeno do país afinal, se não na universidade, aonde se pensarão e se resolverão os problemas nacionais? Não digo só do ponto de vista das humanidades aonde esse discurso é batida mas pensando conhecimento como um conjunto. Pra quem se destinará então a produção desse conhecimento?
Por vias retas ou tortuosas o movimento de ocupações coloca essas questões na pauta de discussão. E eles realmente só tem sentido de existirem se for pra discutir isso mesmo.
Nesse momento também vale a pena relembrar um artigo da professora Maria Sylvia Carvalho Franco ainda do primeiro semestre naquele cenário de greve nas públicas paulistas em que ela discute o sentido da universidade. Segue trecho
"No mundo regido pela ciência e pela técnica, dominado por centros hegemônicos, o trabalho da teoria, o uso prudente dos conhecimentos, a prática desvinculada da imediatez são os meios capazes de enfrentar a violência com que os interesses lucrativos e a cobiça política estilhaçam a sociedade e a cultura."
Abraços, cae.
MANIFESTO DOS ESTUDANTES OCUPADOS NA REITORIA DA PUC-SP http://ocupapuc.wordpress.com/
Ocupamos a reitoria nesta noite como forma de protesto pela maneira com a qual o "Redesenho Institucional", demissões e bolsas vêm sendo tratadas [sic] nesta universidade. O verticalismo burocrático tem mantido toda a comunidade puquiana à margem de um dos mais importantes processos pelo qual essa universidade já passou. Nós, os estudantes, seguidamente pagamos o pato das políticas desastradas da gerontocracia universitária. Basta! Não aceitaremos a intervenção da tropa de choque neste ato político, como é costume dos poderosos da burocracia universitária. Basta! Não ficaremos calados, conforme é a vontade dos de cima. Basta! Democracia se faz de forma direta, sem conselhos de fantoches, sorrisos e bocas. Basta de laboratórios picaretas e mensalidades altas. Realmente, do alto do castelo, a vista é linda.
Quem sabe o que é o "redesenho"? Estamos aqui para debater com cada estudante, de portas abertas, para construir opiniões e consensos. Sim, a reitoria da PUC-SP não é mais um claustro, à mando da Santíssima Trindade (Pai, Cúria, Bradesco Santo).
O movimento estudantil da PUC não consentirá com tais medidas arbitrárias. Propomos pelo momento:
- Só haverá negociação mediante o resultado das assembléias de curso e com a garantia de não haver nenhuma forma de repressão tanto pela Graber quanto pela polícia.
- Anulação do processo de "Redesenho Institucional". Por um processo realmente democrático, construído pela comunidade.
- Pela revogação da atual política de bolsas que impede os primeiranistas de terem acesso à universidade. Queremos bolsas que atendam as reais necessidades dos estudantes e que a abertura deste novo edital se dê mediante à participação dos estudantes.
- Nenhuma demissão de professores e funcionários. Chega de demissões!
- Nenhuma punição aos estudantes ocupados. Choque então, nem pensar.
- Solidariedade às demais ocupações em todo o Brasil. A nossa luta é uma só!
Amanhã acontecerão assembléias por toda a universidade para discutir as demandas especificas de cada curso frente ao processo de "redesenho".
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