12 de ago. de 2007

Futegay

Testo retirado da revista da Folha. Link original aqui. Só para assinantes...

Coisa pra macho?

por Vitor Angelo

Reza a lenda que futebol é esporte de macho, e acho que foi esse canto da sereia que levou o juiz Junqueira Filho a classificá-lo como "jogo viril, varonil, não homossexual", arquivando, no dia 5 de junho, o caso do jogador são-paulino Richarlyson contra o diretor administrativo do Palmeiras, que teria insinuado que o atleta é gay.

No entender do juiz, não existe bicha no futebol, caso encerrado. Na sentença, ele profere: "Não que um homossexual não possa jogar bola. Pois que jogue, querendo". E dá uma dica amiga: "Mas forme seu time e inicie uma federação". É claro que, depois dessa , fiquei imaginando como seria um torneio gay de futebol.

O uniforme, obviamente, teria cores berrantes, já que viado adora aparecer. Mas o time "heterossexual" da Holanda já tem seu laranja "cheguei", então não vale.

Bom, talvez alguns times usassem salto alto. Opa, mas isso já existe no futebol macho. Basta lembrar a seleção canarinho na Copa de 2006, toda de salto 15, segundo especialistas. No campeonato gay poderíamos ser mais calorosos, cair nos braços do colega para comemorar o gol. Mas isso também acontece no futebol hétero. Pensando bem, não existiria grande diferença entre o futebol dos varonis e o das bichas.

Longe de mim desrespeitar a opinião do nobre juiz, mas separar o esporte por orientação sexual não é a base da idéia de gueto? Olha que nos livros de história isso gerou conseqüências desastrosas na Europa a partir da década de 30.

Sendo assim, eu diria que "esse juiz acabou marcando um tento contra", no vocabulário dos boleiros. Mas, quer saber? Prefiro a Wanderléia: "senhor juiz, PAAAARE agora!".


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breve nota sobre a galeria online de sandy skoglund

a galeria online da sandy skoglund, que fica no site da mesma, é muito bem pensada para a web. não se assuste com o que o primeiro link te mostra, abra uma das galerias do arquivo e e você terá a possibilidade de ver toda a produção da fotógrafa - sim, toda.
e ela não se preocupa com direitos autorais? sim, mas balanceia muito bem com o interesse de apresentar sua obra aos possíveis "consumidores" (acho que no caso dela, seriam freqüentadores). a solução que ela encontrou foi criar um front-end em flash para exibir as imagens. explicando: front-end é um programa-interface que (neste caso) acessa um banco de dados e exibe resultados de pedidos.
o front-end e o banco de dados dela são bem-pensados: o flash, sendo um front-end e não contendo as fotos em si mesmo, impede que capturadores de objetos simplesmente dêem download do flash e fiquem com as fotos. mas não é só isso: a disposição das fotos no flash é bem pensada. embaixo há uma galeria de imagenzinhas e logo acima, uma fica exposta. não abstraia, vá ver no site. as imagenzinhas abaixo crescem quando o mouse está sobre elas e clicando na imagem crescidinha, você a vê melhor no espaço acima.
acontece que quando o iconezinho abaixo cresce pra virar imagem, fica difícil selecionar a próxima. falha do design? nada disso. se vc leva o mouse à tela acima, informação detalhada aparece sobre a foto em questão, por cima da foto. enquanto isso, os iconezinhos voltam ao seu tamanho normal e fica muito fácil selecionar a próxima. seguindo essa lógica, você navega mexendo muito pouco o mouse, e segue uma seqüência de informação desejada pela autora.
e mesmo o tamanho da imagem maior é pensado: a idéia está ali, os detalhes não. um print screen não vai te dar a foto - apenas uma referência a.

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