1 de fev. de 2008

Carnaval

O bloco gigantes da lira sai no sábado que precede ao carnaval (ou seja, saiu há uma semana) e como tradição, no meio do caminho, homenageiam do Elizabeth cantando para a senhora "Carinhoso". Vale a pena ver o vídeo:



e

Não sei quem é dona Elizabeth mas achei tudo de uma ternura singular muito propícia para os votos de bom carnaval. E para fazer justiça esse post foi livre e abertamente inspirado em um do blog do juca kfouri onde tive contato com esse vídeo e essa imagem.
abraços, cae. Bom carnaval.

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31 de jan. de 2008

Mares gelados

Começou alguns meses atrás uma nova temporada de caça a baleias, com fins ditos "científicos", nos mares antárticos. Tal "pesquisa científica" é realizada por navios japonesas com plena conivência do governo nipônico e embora sem muita repercussão na mídia brasileira muitas coisas acontecem naquelas águas geladas cujo acesso pudemos ter através através de material produzido por organizações de ambientalistas que se prontificaram a ir pra lá "fiscalizar". Especialmente Greenpeace e Sea Shepherd.

O lado do Sea Shepherd não acompanhei muito, exceto pelo incidente em que 2 ativistas foram aprisionados pela tripulação de uma das embarcações japonesas após tentarem entregar uma carta para o capitão do navio. Eles passaram dias nessa situação de "cárcere privado" (não consegui pensar num termo propício para a situação) que gerou até complicações diplomáticas Japão-Austrália.


vídeo do sea shepherd mostrado o momento em que os 2 ativistas foram aprisionados.


Parece que há uma richa sea shepherd X greenpeace a respeito de discordâncias de métodos de ação. Isso pouco importa, interessante é notar essas coberturas mais autônomas realizadas pela internet onde a informação de propaga de uma maneira bem diferente do que na mídia "grande".



"O navio Oriental Blue Bird está operando aqui ilegalmente. Reabastacendo a frota baleeira dentro da área do Tratado Antártico, o navio Oriental Blue Bird está quebrando as regras da Comissão Internacional da Baleia, pois não têm permissão para estar envolvido em operações de caça; quebrando assim o Tratado Antártico, o qual é designado para proteger esse ambiente intocável."(blog greenpeace)


Na cobertura do greenpeace, que acompanhei mais "de perto", eles mantiveam um blog atualizado constantemente pela ativista brasileira Leandra Gonçalves e que trazia as mais diversas informações e vídeos (como o acima) sobre esse processo de caça às baleias . Além disso o blog relatava a perseguição que navio do greenpeace realizou aos navios japoneses. Durante todo esse período onde os navios da organização "fiscalizavam" os japoneses não foi caçada nenhuma baleia porém nessa os navios do greenpeace e do Sea Shepher tiveram que voltar para terra em virtude da falta de combustível. Alguns dias depois já haviam as imagens da retomada das caças às baleias.




Informação produzida de fontes diversas, longe dos canais oficiais ou de uma mídia cujas raízes se confundem com as do poder consolidado.

cae...

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30 de jan. de 2008

Deixo aqui um post do Luis Nassif de  24/01. Ele faz uma pequena e interessante análise de como o mercado não é neutro, natural e sim fruto de interesses diversos:

Uma questão de negócios 

Três dias antes de serem socorridas pelos bancos americanos, duas das principais seguradoras do país tinham a avaliação AAA (a mais alta) das agências de risco. Estavam feridas há pelo menos seis meses. Mas só na véspera da morte as agências iriam rever a classificação.

Em outubro do ano passado, um empresário brasileiro almoçou em Londres com um gestor de fundos árabes. No almoço, o gestor comentou que o rombo do Citigroup seria de US$ 30 bilhões e da Merril Lynch de US$ 15 bilhões. Apenas em janeiro essas informações se tornaram públicas.

Tudo isso revela que, no mercado internacional, a oportunidade faz o ladrão. Não sendo tão drástico: em períodos de grandes ganhos, a tendência do sistema como um todo é a de minimizar alertas de risco, para saborear os ganhos até o último momento.

É importante entender que, com mercados em expansão, ganham não apenas os bancos, seguradoras e investidores, mas toda a estrutura de acompanhamento: analistas econômicos, agências de risco, gestores de fundos.

Uma agência de risco que antecipe a crise influenciará o mercado, e afetará seus resultados trimestrais. Daí essa inevitável leniência com que todas as bolhas são tratadas. Só quando o prejuízo é inevitável, a verdade aparece.

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29 de jan. de 2008

Diálogos inexistentes

É vendida uma mística, cercada de um ecumenismo politicamente correto, de que o diálogo entre as religiões é o caminho para a paz na Terra. Pensando nas religiões ocidentais judeus, cristãos e muçulmanos venceriam preconceitos, colocariam seus problemas na mesa e resolveriam pendengas antigas. Um cenário desses é empolgante e até sedutor, certamente muitos dos problemas da humanidade estariam resolvidos. Entretanto, acreditar nisso é cair numa falácia. O diálogo entre religiões - pelo menos entre essas 3 - é impossível. Não existe. É possível chegar a um nível de tolerância -  nos melhores casos - mas o diálago de fato é inviável, nulo. São três religiões pautadas na idéia de povos "escolhidos" e é inerente a esse pensamento que uma se considere superior a outra. A conversa será sempre entre alguém que recebeu a verdadeira revelação e outro que não e, obviamente, cada um achará sua reveleção a real, a maior, a divina. Assim, esse propagado diálogo é apenas um instrumento retórico que exalta uma comunhão de fato impossível. 

Escrevi isso como uma pequena nota pela falta de tempo, um aprofundamento é necessário mas queria, de alguma maneira, tratar do tema. Além disso o blog tá precisando de um certo ritmo. Abraços, cae. 

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28 de jan. de 2008

Reinaldo e as baratas

(...) Aquele pobre rapaz ganha um pouco de visibilidade às minhas custas? Eu sei disso. Está no preço. Não fui eu que dei o troco, não. Foram vocês. Afinal, qual era mesmo a tese do meliante? Vocês não existiam: entre um post e outro, eu mesmo redigiria os comentários, não é?


Foi esmagado. Como uma barata. Porque é uma barata.(...)


Dois pontos:

Esse escrito acima é trecho de um post de 21/1  assinado por Reinaldo Azevedo em seu blog. Ele está se referindo, nunca pelo nome, a Luis Nassif. Ambos estão na liderança da disputa pelo prêmio Ibest na categoria "Política" e seus seguidores travam uma luta voraz pra ver quem vai levar o troféu. 

Em 1994, por sua vez, Ruanda viveu um genocidio de proporções inimagináveis. Hutus extremistas decidiram que, para acabar com os problemas políticos do país, exterminariam os tutsis e hutus que lhes fizessem oposição. Estima-se que 1 milhão de pessoas morreram sem contar as que foram torturadas, estupradas, etc. Num dado momento hutus passam a se referir aos tutsis como baratas. Parece algo besta, banal, mas não é. 


Segue...

Quero demonstrar, relacionando esses dois fatos, o quanto trabalhar para a perda simbólica da humanidade de um adversário político é ponto fundamental de um pensamento autoritário. Não enxergar no outro características humanas permite a realização de atos que, contra um semelhante, seriam inconcebíveis. Quando hutus reconhecem tutsis como baratas ele se permitiem a tratá-los como tais.

Não digo de aceitar o ideal do outro e tomá-lo para si mas, num regime democrático minimamente consolidado, deve haver um ponto de respeito mútuo ao menos. Também não penso que Reinaldo queira tirar um facão e arrancar a cabeça de Nassif e estuprar sua esposa e filhas - claro que não. Quero dizer tão somente que determinado tratamento utilizado demonstra qual a disposição à democracia de Reinaldo e da Veja, veículo de comunicação que o dá suporte. . 


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