4 de ago. de 2007

Estado refém II

Ainda na série do Estado refém, abaixo segue um post retirado do blog de Fernando Rodrigues. Diante da situação de governo e oposição criticarem, mutamente, a ANAC o jornalista relata a sessão do senado que aprovou a nova diretoria da agência.
É uma imagem deplorável do nosso legislativo, e desses senadores que são responsáveis, junto com Lula e sua equipe, sim pelo caos aéreo em que vivemos.
ai vai, abraços Caetano.
Escrito por Fernando Rodrigues
Hoje o governo reclama da qualidade dos diretores da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). Palácio do Planalto e oposição falam a mesma língua. Senadores, deputados e ministros criticam a baixa qualidade dos integrantes da autarquia. Mas o cenário foi bem diferente em 15 de dezembro de 2005 (embora o Senado tenha se equivocado e redigido "15 de novembro" na ata da reunião), quando foram aprovados os nomes dos integrantes desse poderoso organismo.
Realizou-se nessa data a sessão na Comissão de Infra-Estrutura do Senado para sabatinar de uma vez quatro dos cinco diretores da Anac _como determina a Constituição. Deveriam ser fortemente inquiridos, mas não o foram. A sessão de 2 horas e 19 minutos resultou apenas em uma ação entre amigos, com troca de elogios, conversas amenas, piadas e votos de feliz ano novo _era o último dia de trabalho dos senadores antes das festas de fim de ano.
A transcrição da sessão de sabatina dos diretores da Anac revela com crueza a incapacidade do Senado na hora de cumprir uma de suas missões: investigar verdadeiramente se os indicados pelo Palácio do Planalto estão à altura do desafio de regular um determinado setor da economia.
Veja abaixo como os senadores se comportaram diante da indicação de Denise Abreu, Leur Lomanto, Milton Zuanazzi e Jorge Velozo para a Anac.




























A "sabatina" que não existiu
Mesmo com os relatórios epidérmicos sobre os indicados para a diretoria da Anac, nada impediria senadores de oposição de participar da sessão da Comissão de Infra-Estrutura. Depois das exposições dos currículos, começaria a sabatina.
Curiosamente, nada foi perguntado aos 3 indicados de fora do setor. Só o coronel aviador Velozo recebeu duas perguntas, mas foram genéricas (sobre o que ele achava que aconteceria com a Varig e sobre o estado da segurança dos vôos).
Poucos senadores falaram _e só para fazer enaltecer os indicados. Até porque o interesse de alguns ali era só votar e ir embora, sem prestar atenção no que era dito durante a sessão.
Veja abaixo algumas das frases retiradas durante a sessão no Senado:






































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3 de ago. de 2007

Se Hitler invadisse o inferno, eu apoiaria o diabo (Churchill). Eu nao apoio o diabo, nem Hitler. Que ambos se danem. Por Roberto Romano

O professor Roberto Romano comenta a situação nacional.

Se Hitler invadisse o inferno, eu apoiaria o diabo (Churchill). Eu nao apoio o diabo, nem Hitler. Que ambos se danem

www.robertounicamp.blogspot.com




Premio Garotinho de Ouro, divido entre as duas alas Maria Antonieta, a dos cansados e dos que nos cansam, a que vive na Daslu e a que vive no Palácio do Planalto. Afinal, os dois espaços constituem um só, com a mesma tolice, a mesma arrogância, a mesma irresponsabilidade diante dos problemas públicos. Quero que as duas alas sigam para o inferno.

Me desculpem os amigos, mas não posso apoiar movimentos Maria Antonieta, se é que me entendem. E não posso deixar de lado a crítica aos absolutistas analfabetos e arrogantes do Planalto. Continuarei longe dos primeiros e, enquanto puder, invectivarei os segundos, mesmo com as recentes ameaças recebidas.



Num canto, os que habitam a Casa Grande estão cansados e não querem mais os velhos corredores, os tapetes persas puidos, as cortinas de seda italiana tisnadas pelo amarelo do tempo, etc.

Eles exigem mudanças para garantir seu bem estar, segurança, saúde especial, seus carros importados, relógios idem, sapatos também, sacolas LV, etc. Estão cansados de ameaças à sua parte do PIB, algo que sua classe tem como garantida na maior parcela. A casa Grande dos aeroportos e rotas de jatinhos, jatões e primeiras classes, precisa ser melhorada e já! Sugestão: que sejam construídos aeroportos segundo o paradigma DASLU: só entrarão neles, os que provarem ter a burra cheia de ações, ouro, etc. As linhas serão distribúidas segundo os indicadores de riqueza. No saguão, espaço para cachorrinhos de luxo (penteador, perfumador, compra de jóias, etc, tudo para o bem estar dos bichinhos). A segurança: haverá um exército de policiais ao redor das casas ricas dos jardins, com muros que separem os pobres. O exército será mantido pelos Bancos (no uniforme dos guardas, fornecido por Armani e quejandos, virá o logo deste ou daquele dono benemérito das finanças) e para ultrapassar as sentinelas, será preciso passaporte emitido nos escritórios do Partido dos Trabalhadores, o mais autorizado a controlar gente pobre. Saúde: nos aeroportos Daslu, haverá uma ponte aérea para que os belos e ricos sigam direto para os EUA ou Europa, terras onde existe ciência e técnica valorizadas e caras, a serviço dos melhores, se é que vocês me entendem. Educação: será decretado pelo presidente perpétuo do Brasil, Mr. Lulla da Silva, que os filhos do PIB gordo serão educados no estrangeiro, para não assumir os péssimos trejeitos do povão brasileiro que sabe apenas reclamar dos impostos e nada faz, nada sabe, nada ouve, nada enxerga da "realidade".

E os atuais aeroportos serão destinados à Senzala. Como agora. E as atuais escolas, idem. E os serviços de saúde também.


Entre os aeroportos chiquérrimos e as pocilgas, bases de vôo rumo à morte ou ao desespero (uma só e mesma coisa, Brasil...) em lugar absolutamente separado das pessoas comuns, ricas ou pobres, haverá um heliporto, um aeroporto, e tudo mais destinado apenas às autoridades civís e militares. As eclesiásticas que se pelem com a plebe. Quem mandou fazer opção preferencial pelos pobres?

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30 de jul. de 2007

Sobre Agrados

Sobre Agrados
A situação ridícula do país ganha mais um capítulo. Agora os dedos se apontam para o piloto, como responsável pelo acidente da TAM. Esculacharam o governo, muitas vezes com razão e na maioria só fazendo terrorismo, e agora ficam meio com a cara no chão ou ainda procurando outras razões para continuar culpando o governo Lula (ler P.H.Amorim). Uma oposição que politicamente ganhou com o acidente, colocou um parceiro lá (Nelson Jobim) e fez o governo posar de afugentado. Reinaldo Azevedo, um dos portas vozes do "fora Lula", assume a batalha política : Do ponto de vista político, quem quebrou a cara foi o governo, que teve de demitir um ministro, diz ele.

O governo por sua vez vive numa inércia, é um governo de agrados, não se planeja nada. Lula não dá as caras, não mostra qual seus planos pro país, qual o projeto de nação que ele carrega. Pô, mais de 10 anos pra ele se eleger, sempre como porta-voz de uma oposição feroz, e não mostra pra quê veio. Ao invés disso o ex-metalúrgico agrada de um lado e de outro, acomoda do jeito que puder os interessados em fatias do poder. Se por um lado traz uma elite sindical para o Planalto coloca, sob o mesmo teto, aqueles com quem sempre prometeu romper. Essa situação de demitir o Waldyr Pires e botar o Nelso Jobim é exemplar. Se precisava demitir fizesse antes e não só por causa de um pressão de fora, cada vez mais as pessoas estão no governo apenas por conveniências e não por desfrutarem de um projeto para o Brasil. Sem esse projeto, seguimos na inércia.

Governar é ter as suas idéias e colocá-la em pratica combatendo politicamente aqueles que são contrários a ela. Lula não combate, prefere acomodar, e com isso se esvai qualquer idéia que ele pode ter tido para esse país.

Abraços, Caetano.

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Cansou?

Angeli...

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29 de jul. de 2007

A questão é cultural

Acreditamos nas mentiras que contamos, e nas que contam pra gente. E um jeito de acreditar que estamos numa boa, que tudo está certo, de nos enganarmos e brincar um pouco de felicidade.

Juca Kfouri faz a análise que segue dos Pan-Americanos. Obviamente o jornalista vai além e faz uma boa análise da sociedade brasileira e da mentira ufanista. Acho só que ele exagera no final, tentando concluir com uma fase impactante mas meio vazia.

Para quem quiser este é o blog do Juca.

Abraços, Caetano.

Relaxa, top top top, e goza. É ouro!

por Juca Kfouri


Impressiona como o país cada vez mais se acostuma a fingir e a viver, e a morrer, das próprias mentiras

PEGUE-SE QUALQUER exemplo, mas fiquemos com os mais recentes.

No esporte, para começar.

O milésimo de Romário é um bom caso.

O Pan-2007, outro.

Ora, todos sabemos que o Baixinho, fabuloso, maior jogador que uma grande área já viu, criou um objetivo para ele mesmo e todos entraram na festa. Viva!

Mentira inofensiva. Mas mentira. Mentirinha, digamos.

Com o Pan é mais grave, pelo uso do dinheiro público sem a menor cerimônia, um dinheiro que os passageiros que cruzam o país pelos ares agradeceriam se o vissem mais bem gasto.

E aí a falsidade é grave, porque mata.

Em torno do Pan, a omissão é medalha de diamantes.

Thiago Pereira, que é um nadador digno de todo respeito e não tem a menor culpa do que se omite, é tratado como quem superou Mark Spitz.

E, friamente, é verdade.

Mas meia verdade, muitas vezes pior que a mentira pura, por mais difícil de ser desmascarada.

Ora, Spitz, ao ganhar cinco ouros no Pan de Winnipeg, em 1967, simplesmente bateu três recordes mundiais, como bateu outros sete ao ganhar mais sete medalhas de ouro em Munique, nos Jogos Olímpicos de 1972.

Compará-lo a Pereira não honra nenhum dos dois.

Fiquemos por aqui, para falar do que é mais chocante, porque sempre com a cumplicidade da mídia.

A tragédia da TAM, que obscureceu o Pan, é rica em ensinamentos.

Começou não é de hoje, com o escândalo do Sivam, no governo anterior, e continuou impávida e colossal de lá para cá.

Uma frase debochada e ultrajante da ministra do Turismo, um gesto raivoso e moralmente pornográfico do assessor presidencial, um pronunciamento vazio e perplexo do presidente que nunca havia visto uma sucessão de acontecimentos tão caóticos nos aeroportos nacionais e pronto!

Tudo continua como antes, a não ser, é claro, para quem morreu e para quem ficou por aqui, na saudade.

Ora, nem Romário é um artilheiro comparável a Pelé nem Pereira é o novo Spitz nem este governo é mais ou menos culpado que o anterior.

Somos todos responsáveis, ou quase todos, que continuamos a voar como voamos, a votar como votamos, a festejar como festejamos e a reclamar mais dos que são rigorosos do que daqueles que são complacentes.

Dar ao Pan-2007 sua verdadeira dimensão é, para muitos, sintoma ou de bairrismo ou de mau humor.

E a crise aérea vira exploração política.

Mas o que se vê na TV no Pan, e o que se viu e ainda se verá na TV sobre o avião da TAM, é de dar vergonha de como se faz jornalismo/sensacionalismo no Brasil.

O ufanismo sem limites e a demagogia sentimentalóide não nos levarão a lugar algum, a não ser neste em que estamos, do caos, da falta de perspectiva e da acomodação cúmplice e criminosa.

Os resultados superdimensionados do Pan-2007 inevitavelmente se transformarão em frustração quando Pequim chegar, no ano que vem.

Ou alguém acredita mesmo que o Brasil superou o Canadá, que é mais saudável e pratica mais esporte que o país norte-americano?

Brasileiro com muito orgulho?

Quadro de medalhas: 200 mortos.

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Entrevista professor Roberto Romano

Nessa entrevista, concedida `a Rádio Bandeirantes, o professor de filosofia política da UNICAMP comenta o significado de ACM na política brasileira, bem como faz uma análise do cenário atual e das oligarquias ainda presentes no nosso sistema político.
Uma verdadeira aula.


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