15 de out. de 2007

Dia dos Professores ou como investir em educação.

Hoje é dia dos professores, boa data para uma análise.

No dia 1 de outubro o deputado estadual Carlos Giannazi (psol) publicou um artigo na Folha de São Paulo tratando sobre a farsa que é a pretendida avaliação de desempenho de professores na educação pública de SP. Transcrevo um trecho:

"(...) As políticas salariais do de bônus e gratificações adotadas nos últimos anos pelo próprio governo tucano não só fracassaram como também destruíram a carreira do magistério paulista, tendo como consequência o que revelou a última avaliação do MEC, classificando a rede estadual de São Paulo como uma das seis piores do Brasil.
Como exigir melhor desempenho de professores em condições aviltantes de trabalho?(...)"

Giannazi é um deputado da oposição e dessa forma pode-se dizer criticaria mesmo qualquer coisa do governo Serra(psdb). Esse não parece ser o caso, hoje saiu, novamente na Folha, uma matéria assinada por Daniela Tófoli comparando os salários dos professores no Acre e em São Paulo.

Vamos aos dados divulgados na matéria:

No Acre o professor em início de carreira recebe R$13,16 p/hora; em São Paulo R$8,05 p/hora.

A diferença de 39% já é considerável mas aumenta quando compara-se o custo de vida. No Acre um professor que trabalha 30 hora p/semana e recebe R$1.580,00 compra 12,6 cestas básicas. Em São Paulo o professor que trabalha o mesmo tempo recebe R$966,00 e consegue comprar 4,9 cestas básicas. Assim o poder de compra do professor acreano passa a ser 60% maior que o do paulista

O estado de SP se justificou afirmando que a diferença se dava pois o o estado paulista pagava mais gratificações a esses professores.

Mentira, porque todos os estados pagam gratificações a seus professores e mesmo assim com a gratificação os professores paulistas recebem um bônus de R$329,00 somando então (R$1280). Esse valor não iguala sequer o salário do professor acreano sem gratificações(R$1580).

"(...)A remuneração um pouco melhor no Acre começa a dar resultado. Prova disso pode ser a análise do Saeb (exame do MEC que avalia estudantes) divulgada em fevereiro. Segundo o relatório que compara os resultados entre 2003 e 2005, o Acre foi o estado onde as médias dos alunos da 4 série mais evoluíram. Em português, por exemplo, houve aumento de 13,8 pontos (de 156,2 para 170). Já São Paulo melhorou 1,1 ponto (de 176,8 para 177,9).(...)"

Nem a secretaria da educação nem a da gestão (responsável pelo pagamento dos professores quiseram dar entrevistas sobre assunto.

Os tucanos gostam de dados, de serem gerentes e tudo o mais; a situação está colocada. Sou totalmente favorável a que se premie professores que se destaquem, diretores que tenham propostas interessantes para suas escolas e tudo mais mas isso não pode ser o cerne da política educacional do estado mais rico da federação. O fato é que a melhor maneira de se desenvolver o ensino público é investimento de fato em professores propondo carreiras estimulantes e que permitam a dedicação plena do profissional da educação.

cae.

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