10 de out. de 2007

2 pesos e 2 medidas

Quando da entrega do abaixo assinado da cpmf a Folha de São Paulo estampou em sua capa Paulo Skaf (presidente da fiesp) e mais um pessoal desfilando na câmara dos deputados com carrinhos de supermercados que carregavam 1 milhão de assinaturas contra o tributo.



Tudo certo, foi uma campanha nacional em cima de um debate atual e pertinente.

Entretanto anteontem a Folha publicou uma matéria sobre o plebiscito a respeito da privatização da cia. vale do rio doce. O jornal publicou uma pequena nota a respeito da consulta popular que contou com 3 milhões e meio de votos, aproximadamente, com cerca de 95% de votos contrários à privatização. E o destaque, na nota de pouco mais de 10 linhas (assinante vê aqui), foi para a pouca participação frente a plebiscitos mais antigos como o de 2000 sobre a dívida externa (6 milhões) e o de 2002 sobre a entrada do Brasil na ALCA (10milhões).

Tanto a campanha contra a cpmf quanto a contra a privatização da vale do rio doce foram movimentos de amplitude nacional, que contaram com debates em toda a sociedade brasileira agora por que a folha privilegia um a outro?

A disparidade no tratamento com os dois movimentos (cpmf e vale do rio doce) demonstra um caráter profundamente elitista da Folha de S.Paulo, uma vez que se recusa a dar visibilidade a um movimento com plena participação popular e dá tratamento diferente e privilegiado a um movimento que também conta com grande participação popular, mas possui maior reverberação na classe empresarial.

Tratar uma questão de grande parte como se ela não existisse é um modo tristemente autoritário de lidar com a realidade.

Caetano.

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