Três dias antes de serem socorridas pelos bancos americanos, duas das principais seguradoras do país tinham a avaliação AAA (a mais alta) das agências de risco. Estavam feridas há pelo menos seis meses. Mas só na véspera da morte as agências iriam rever a classificação.
Em outubro do ano passado, um empresário brasileiro almoçou em Londres com um gestor de fundos árabes. No almoço, o gestor comentou que o rombo do Citigroup seria de US$ 30 bilhões e da Merril Lynch de US$ 15 bilhões. Apenas em janeiro essas informações se tornaram públicas.
Tudo isso revela que, no mercado internacional, a oportunidade faz o ladrão. Não sendo tão drástico: em períodos de grandes ganhos, a tendência do sistema como um todo é a de minimizar alertas de risco, para saborear os ganhos até o último momento.
É importante entender que, com mercados em expansão, ganham não apenas os bancos, seguradoras e investidores, mas toda a estrutura de acompanhamento: analistas econômicos, agências de risco, gestores de fundos.
Uma agência de risco que antecipe a crise influenciará o mercado, e afetará seus resultados trimestrais. Daí essa inevitável leniência com que todas as bolhas são tratadas. Só quando o prejuízo é inevitável, a verdade aparece.
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