O site Omelete publicou essa crítica sobre o mais novo filme da Xuxa. Tem a ver com o meu post anterior. Erraram o nome do filme, mas isso não faz muita diferença, não faz diferença nenhuma na verdade.
Xuxa em Sonho de Criança
No filme, Maria da Graça Meneghel sonha em ser atriz. (Na vida real ela já desistiu?)
20/12/2007 Marcelo Forlani
Seguindo a tradicional penitência de fim de ano para garantir os presentes de Natal, fui à pré-estréia de Xuxa em Sonho de Criança (2007). Mas depois do que aconteceu ano passado, quando celulares tocaram sem parar, pessoas andaram pela sala e a conversa parecia estar liberada, decidi que ia agir como um súdito da Rainha dos Baixinhos. Sem me preocupar com o próximo, comi de boca aberta, liguei para uns amigos e pisei em alguns pés quando saí da sala no meio da sessão pra ver se a loira estava por perto. E sabe qual foi o resultado? Me mandaram parar quieto. Disseram que eu estava atrapalhando. E quando me sentei, percebi que o filme realmente era bom!
NOOOOOOOOOOOOOOOOTTTTTTTTTTT!
É claro que nada disso aconteceu. Eu não conseguiria criar tamanha algazarra em um cinema, e acho que aquelas pessoas não iam reclamar, afinal, é o hábito delas. E um filme da Xuxa jamais vai ser bom! Se nem agora, em parceria com a Conspiração Filmes (produtora de Eu Tu Eles, O Homem do Ano, Redentor, Casa de Areia, 2 Filhos de Francisco ), o projeto trilhou o bom caminho, é porque assim será até o fim dos tempos. E mais uma vez, para poupar você, assíduo leitor, do sofrimento e deste desnecessário gasto, aqui está o resumo do que o projeto tem de melhor e pior.
Melhor: hmmmm... pois é...
Pior: O filme não tem cores. E não estou sendo poético. A cópia que foi exibida não tinha vermelhos vivos, no máximo tons avermelhados, e em muitas cenas o fundo estava "estourado", todo branco, sabe, como se não houvesse cenário? A trilha sonora está alta, atravessa as falas dos atores e muda o tom do filme do dramático para o pastelão em questão de microssegundos. Convenhamos, é complicado dar a lição de moral, e em seguida jogar uma torta na cara do personagem, né? As crianças não sabem atuar. Tudo bem, a Xuxa também não (ah vá!).
Sobre a história: Maria da Graça Meneghel interpreta Kika, uma professora de matemática que quer ser atriz. Depois de fracassar em mais um teste na sua cidade, ela decide que vai para o Rio de Janeiro tentar a sorte em uma novela. Ao chegar na rodoviária, percebe que perdeu a carteira e acaba brigando com sua melhor amiga, Lara (Alice Borges). Deprimida, conhece uma senhora (Dirce Migliaccio) que está levando sua netinha (Raquel Bonfante) para (adivinha!) o Rio de Janeiro, onde ela vai fazer uma prova para uma bolsa de estudos de informática. Bom, deixando de lado o detalhe de que a menina está indo viajar com uma cesta de piquenique (!?), Kika pega no sono e acorda sabendo que a polícia está atrás dela.
E a partir daí é ladeira abaixo. Para fugir dos problemas, ela aceita um doce da boa velhinha e, num passe de mágica, se transforma em uma menina novamente. Nesta altura, a vozinha já comprou uma passagem (mesmo sendo um ônibus fretado) para "Kikinha" (Letícia Botelho) e elas seguem em direção à capital. A viagem, que deveria ser curta, é interrompida quando o ônibus pifa. Problemas à vista? Que nada, apesar de ninguém mais usar aquela estrada, tem ali um hotel que está sempre vazio e com espaço pra todo mundo. E o melhor, com uma passagem secreta para a cidade ecologicamente ideal, onde mora o interesse romântico de Kika, Ricardo (Carlos Casagrande). E tome discurso pronto de que temos de criar um mundo sustentável e que pequenos atos fazem grandes diferenças!
Pra acabar, depois de explicar que tudo aquilo não passava de um sonho (pros outros, porque pra mim foi mais um pesadelo) vem mais uma lição de moral. Usando o bordão "querer-poder-e-consequir", Kika fala que o sonho de ser atriz talvez não fosse para ela. Que a vida estava dando sinais de que ela tinha mesmo é que trabalhar com as crianças. Opa, calma lá! Pára e rebobina! Se o sonho dela era ser atriz e ela não consegue, então o lance do "querer-poder-e-conseguir" não funciona! Onde está a mensagem do filme, então? Será que é ensinar a aceitar docinhos que velhinhas dão em banheiros de rodoviária?
Xuxa em Sonho de Criança
No filme, Maria da Graça Meneghel sonha em ser atriz. (Na vida real ela já desistiu?)
20/12/2007 Marcelo Forlani
Seguindo a tradicional penitência de fim de ano para garantir os presentes de Natal, fui à pré-estréia de Xuxa em Sonho de Criança (2007). Mas depois do que aconteceu ano passado, quando celulares tocaram sem parar, pessoas andaram pela sala e a conversa parecia estar liberada, decidi que ia agir como um súdito da Rainha dos Baixinhos. Sem me preocupar com o próximo, comi de boca aberta, liguei para uns amigos e pisei em alguns pés quando saí da sala no meio da sessão pra ver se a loira estava por perto. E sabe qual foi o resultado? Me mandaram parar quieto. Disseram que eu estava atrapalhando. E quando me sentei, percebi que o filme realmente era bom!
NOOOOOOOOOOOOOOOOTTTTTTTTTTT!
É claro que nada disso aconteceu. Eu não conseguiria criar tamanha algazarra em um cinema, e acho que aquelas pessoas não iam reclamar, afinal, é o hábito delas. E um filme da Xuxa jamais vai ser bom! Se nem agora, em parceria com a Conspiração Filmes (produtora de Eu Tu Eles, O Homem do Ano, Redentor, Casa de Areia, 2 Filhos de Francisco ), o projeto trilhou o bom caminho, é porque assim será até o fim dos tempos. E mais uma vez, para poupar você, assíduo leitor, do sofrimento e deste desnecessário gasto, aqui está o resumo do que o projeto tem de melhor e pior.
Melhor: hmmmm... pois é...
Pior: O filme não tem cores. E não estou sendo poético. A cópia que foi exibida não tinha vermelhos vivos, no máximo tons avermelhados, e em muitas cenas o fundo estava "estourado", todo branco, sabe, como se não houvesse cenário? A trilha sonora está alta, atravessa as falas dos atores e muda o tom do filme do dramático para o pastelão em questão de microssegundos. Convenhamos, é complicado dar a lição de moral, e em seguida jogar uma torta na cara do personagem, né? As crianças não sabem atuar. Tudo bem, a Xuxa também não (ah vá!).
Sobre a história: Maria da Graça Meneghel interpreta Kika, uma professora de matemática que quer ser atriz. Depois de fracassar em mais um teste na sua cidade, ela decide que vai para o Rio de Janeiro tentar a sorte em uma novela. Ao chegar na rodoviária, percebe que perdeu a carteira e acaba brigando com sua melhor amiga, Lara (Alice Borges). Deprimida, conhece uma senhora (Dirce Migliaccio) que está levando sua netinha (Raquel Bonfante) para (adivinha!) o Rio de Janeiro, onde ela vai fazer uma prova para uma bolsa de estudos de informática. Bom, deixando de lado o detalhe de que a menina está indo viajar com uma cesta de piquenique (!?), Kika pega no sono e acorda sabendo que a polícia está atrás dela.
E a partir daí é ladeira abaixo. Para fugir dos problemas, ela aceita um doce da boa velhinha e, num passe de mágica, se transforma em uma menina novamente. Nesta altura, a vozinha já comprou uma passagem (mesmo sendo um ônibus fretado) para "Kikinha" (Letícia Botelho) e elas seguem em direção à capital. A viagem, que deveria ser curta, é interrompida quando o ônibus pifa. Problemas à vista? Que nada, apesar de ninguém mais usar aquela estrada, tem ali um hotel que está sempre vazio e com espaço pra todo mundo. E o melhor, com uma passagem secreta para a cidade ecologicamente ideal, onde mora o interesse romântico de Kika, Ricardo (Carlos Casagrande). E tome discurso pronto de que temos de criar um mundo sustentável e que pequenos atos fazem grandes diferenças!
Pra acabar, depois de explicar que tudo aquilo não passava de um sonho (pros outros, porque pra mim foi mais um pesadelo) vem mais uma lição de moral. Usando o bordão "querer-poder-e-consequir", Kika fala que o sonho de ser atriz talvez não fosse para ela. Que a vida estava dando sinais de que ela tinha mesmo é que trabalhar com as crianças. Opa, calma lá! Pára e rebobina! Se o sonho dela era ser atriz e ela não consegue, então o lance do "querer-poder-e-conseguir" não funciona! Onde está a mensagem do filme, então? Será que é ensinar a aceitar docinhos que velhinhas dão em banheiros de rodoviária?
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