
Retomando. A negação a esse documento do governo e à abertura total dos documentos da ditadura militar é negar a memória. Querer relativizar os crimes cometidos pelo Estado brasileiro durante a ditadura é não estar disposto a se deparar com a história; é afirmar que aquilo já passou, que não vale a pena ser lembrado quando na verdade deve ser lembrado constantemente para ser rechaçado, criticado e condenado. Qual a possibilidade de construção de uma nação com um povo sem memória? Em um Estado que não escolhe qual modelo seguir (escolher é diferenciar, distinguir, falar "isso não quero, isso condeno") ? Ou dizemos que a ditadura foi um dos piores momentos da história brasileira - segundo Mino Carta, o pior momento ao lado da escravidão - e lidamos com a real dimensão desse fato ou seremos eternamente coniventes com ela.
Seguem links da repercussão do lançamento de "Direito à Memória e a Verdade" na imprensa gringa.
Huffington Post.
El Pais.
BBC.
Al Jazeera
Abraços, Caetano.
Um comentário:
Ótimo post, Caetano.
Essa cicatriz da história da América latina não pode ser fechada, temos que mantê-la aberta, doendo e incomodando para que nada se perca e a justiça seja feita. O título do livro é auto-explicativo: "Direito à Memória e a Verdade".
Boa análise essa da história sem rupturas, muito pertinente e precisa.
Abraço!
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