Quase um mês de greve estudantil e de funcionários no meu instituto e não vi o tempo passar. Ouvi uns papos de estudos, provas, cálculos e percebi que o fim do semestre está aí; pros que continuaram com aulas, penso eu. Quase um mês de greve: não imaginava que ia durar tanto, não imaginava que iria aprender tanto com uma paralisação que poderia ter sido uma greve-férias – o que de fato seria muito cômodo; no entanto foi totalmente o oposto, uma paralisação extremamente ativa, agregadora de forças através de novas formas de mobilização aos poucos encontradas coletivamente.
O cansaço físico é indiscutível para os freqüentadores de tantas assembléias e grupos de discussão/ organização. Cansa ficar sentado durante horas discutindo uma eternidade de propostas e pautas, mas não nego que esse prolongamento das discussões é essencial para que estas sejam o mais democrático possível. Cansa não saber como as coisas estarão semana que vem, cansa mais ainda, a meu ver, pensar que as causas da luta estudantil são muito mais sérias do que aparentam, dependendo de muito tempo de mobilização e debate com forças institucionais para serem concretizadas. O coletivo também cansa, porque questões pontuais são grampeadas à pauta principal, comum ao que seria o interesse da universidade, ou das universidades como um todo. Lutar pelas coisas cansa.
Penso que devemos respirar fundo e focar as forças em nós mesmo que se dispersam diante tanta atividade, para que então uma força coletiva possa continuar o movimento – pois este não se faz com meia dúzia de estudantes. É perigosa, a essa altura, uma segregação estudantil.
O movimento continua com toda legitimidade e representabilidade. Dada a ocupação da DAC (Diretoria Acadêmica), uma decisão de carga política tão intensa, devemos ficar ainda mais atentos para aonde o movimento vai. Tenho um certo medo dos caminhos que virão, porém a assembléia de meu instituto realizada hoje, tão cheia de gente querendo uma greve limpa, me reafirmou que é possível sim manter e expandir o que fizemos até agora. A mobilização, a meu ver, continuará se valorizar que chegou até aqui por ter sido construída com diálogo, discussão, democracia e representabilidade, sendo assim extremamente legítima. A ocupação é fato, mas a discussão não pode parar - em hipótese alguma.
O cansaço físico é indiscutível para os freqüentadores de tantas assembléias e grupos de discussão/ organização. Cansa ficar sentado durante horas discutindo uma eternidade de propostas e pautas, mas não nego que esse prolongamento das discussões é essencial para que estas sejam o mais democrático possível. Cansa não saber como as coisas estarão semana que vem, cansa mais ainda, a meu ver, pensar que as causas da luta estudantil são muito mais sérias do que aparentam, dependendo de muito tempo de mobilização e debate com forças institucionais para serem concretizadas. O coletivo também cansa, porque questões pontuais são grampeadas à pauta principal, comum ao que seria o interesse da universidade, ou das universidades como um todo. Lutar pelas coisas cansa.
Penso que devemos respirar fundo e focar as forças em nós mesmo que se dispersam diante tanta atividade, para que então uma força coletiva possa continuar o movimento – pois este não se faz com meia dúzia de estudantes. É perigosa, a essa altura, uma segregação estudantil.
O movimento continua com toda legitimidade e representabilidade. Dada a ocupação da DAC (Diretoria Acadêmica), uma decisão de carga política tão intensa, devemos ficar ainda mais atentos para aonde o movimento vai. Tenho um certo medo dos caminhos que virão, porém a assembléia de meu instituto realizada hoje, tão cheia de gente querendo uma greve limpa, me reafirmou que é possível sim manter e expandir o que fizemos até agora. A mobilização, a meu ver, continuará se valorizar que chegou até aqui por ter sido construída com diálogo, discussão, democracia e representabilidade, sendo assim extremamente legítima. A ocupação é fato, mas a discussão não pode parar - em hipótese alguma.
escrito em 19/06/2007 por Marina Bottega Michel - Midialogia - IA/Unicamp
Um comentário:
Sim, é verdade, vivemos situação extremamente semelhante na usp, talvez igual, e cansa, cansa mesmo, mas é uma energia que com certeza não se perde, ao contrário retorna pra nós de uma forma muito gostosa, se estivermos dispostos a digeri-la... Em relação a isso queria falar aqui nesse blog de algo que com certeza renovará, reciclará e vai nos encher de nova energia, deliciosa..como já foi constatado da primeira vez que o fizemos na sexta passada na USP: O Encontro das Artes, sexta agora acontecerá na Unicamp, certo?.. Aqui da USP estamos no corre de organizar dois ônibus cheios para partirem na sexta de manhã, de braços abertos aos unicampianos, rumo ao IA. Quem aqui pode divulgar isso mais amplamente no blog, para além de um comentario como esse?..Vamos lá...esse encontro não só é fruto como é fundamental para a construção dessa renascença do movimento estudantil!...Assim, "otimisticamente" creio eu, com toda a fé! Beijos e abraços e espero que consiga também tocar com a "Banda do Canil" lá...Até
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