Artigo de domingo, escrito por Elio Gaspari e publicado na FOLHA.
Abraços, Caetano
O tucanato teve o seu "Momento Renan'
Elip Gaspari
Abraços, Caetano
O tucanato teve o seu "Momento Renan'
Elip Gaspari
No Senado, o PSDB defende uma conduta para o Conselho de Ética. Na Assembléia de São Paulo, faz o contrário |
NA CRISE DE 2005 o PSDB achou que poderia sangrar Lula e varrer para baixo do tapete as impressões digitais de seu presidente, o senador Eduardo Azeredo, encontradas nas arcas de Marcos Valério. Jogaram no lixo a própria credibilidade, contrariando os conselhos de FFHH. Como tucano tem muito bico e pouca memória, sua brigada paulista está fazendo tudo de novo.
O nome do líder do partido na Assembléia Legislativa, Mauro Bragato, foi posto na roda por policiais e promotores que investigam um esquema de uma empreiteira que superfaturava a construção de casas populares. Até aí, zero provas. Um funcionário da empreiteira disse que levava dinheiro ao escritório do deputado. (O lobista da Mendes Júnior sustenta que o dinheiro da gestante era de Renan Calheiros e não da empreiteira.) A história do funcionário pode ser mentirosa.
A prestação de contas da campanha de Bragato informa que ele desembolsou R$ 40 mil do próprio cofre. Nada mais razoável, não fosse o fato de o patrimônio declarado do doutor ficar em R$ 6.540. Como uma pessoa que tem R$ 6.540 (e nenhuma cabeça de gado) doa a si próprio R$ 40 mil? Deve ser um empréstimo, diriam o ex-senador Joaquim Roriz e seu suplente, Gim Argello. Bingo. Diferentemente de Roriz e Argello, que revelam a identidade de seus benfeitores, Bragato cala-se: "Não haveria problema nenhum em identificar, mas prefiro não dizer quem é".
Nesse cenário de real valor, o Conselho de Ética da Assembléia Legislativa, controlado pelos tucanos, associou-se ao mundo encantado que Mauro Bragato criou. Rejeitou uma denúncia de quebra de decoro apresentada pelo PSOL e pelo PT. Numa manobra que ecoa o estilo de Renan Calheiros, pediram mais informações, devolveram o caso à Mesa e varreram o assunto para baixo do recesso parlamentar de julho.
O tucanato acredita que recebeu do Padre Eterno uma bula concedendo-lhe o direito de ofender a inteligência da escumalha. Se a Assembléia de São Paulo não deve tratar do caso de Bragato, porque o Senado deve discutir o de Renan?
O nome do líder do partido na Assembléia Legislativa, Mauro Bragato, foi posto na roda por policiais e promotores que investigam um esquema de uma empreiteira que superfaturava a construção de casas populares. Até aí, zero provas. Um funcionário da empreiteira disse que levava dinheiro ao escritório do deputado. (O lobista da Mendes Júnior sustenta que o dinheiro da gestante era de Renan Calheiros e não da empreiteira.) A história do funcionário pode ser mentirosa.
A prestação de contas da campanha de Bragato informa que ele desembolsou R$ 40 mil do próprio cofre. Nada mais razoável, não fosse o fato de o patrimônio declarado do doutor ficar em R$ 6.540. Como uma pessoa que tem R$ 6.540 (e nenhuma cabeça de gado) doa a si próprio R$ 40 mil? Deve ser um empréstimo, diriam o ex-senador Joaquim Roriz e seu suplente, Gim Argello. Bingo. Diferentemente de Roriz e Argello, que revelam a identidade de seus benfeitores, Bragato cala-se: "Não haveria problema nenhum em identificar, mas prefiro não dizer quem é".
Nesse cenário de real valor, o Conselho de Ética da Assembléia Legislativa, controlado pelos tucanos, associou-se ao mundo encantado que Mauro Bragato criou. Rejeitou uma denúncia de quebra de decoro apresentada pelo PSOL e pelo PT. Numa manobra que ecoa o estilo de Renan Calheiros, pediram mais informações, devolveram o caso à Mesa e varreram o assunto para baixo do recesso parlamentar de julho.
O tucanato acredita que recebeu do Padre Eterno uma bula concedendo-lhe o direito de ofender a inteligência da escumalha. Se a Assembléia de São Paulo não deve tratar do caso de Bragato, porque o Senado deve discutir o de Renan?
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