Decretos, lembram deles...
Relação dos decretos de Serra, retirada do site da ADUNESPhttp://www.adunesp.org.br/decretos.html
- Decreto nº 51.535 - Dá nova redação ao artigo 42 do Decreto nº 51.461, de 1º de janeiro de 2007, que organiza a Secretaria de Ensino Superior e dá providência correlata.
- Decreto nº 51.460, de 1º de janeiro de 2007 - Dispõe sobre as alterações de denominação e transferências que especifica, define a organização básica da Administração Direta e suas entidades vinculadas e dá providencias correlatas.
- Decreto nº 51.461, de 1º de janeiro de 2007 - Organiza a Secretaria de Ensino Superior e dá providências correlatas.
- Decreto nº 24.951, de 4 de abril de 1986 - Cria o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais.
- Decreto nº 26.914, de 15 de março de 1987 - Dispõe sobre o Conselho de Reitores das Universidades Estaduais.
- Decreto Nº 29.598, de 2 de fevereiro de 1989 - Dispõe sobre providências visando a autonomia universitária.
- Decreto Nº 51.471, de 2 de janeiro de 2007 - Dispõe sobre a admissão e a contratação de pessoal na Administração Direta e Indireta e dá providências correlatas.
- Decreto Nº 51.636, de 9 de março de 2007 - Firma normas para a execução orçamentária e financeira do exercício de 2007 e dá providências correlatas
- Decreto Nº 51.660, de 14 de março de 2007 - Institui a Comissão de Política Salarial e dá providências correlatas
30 de dez. de 2007
Retrospectiva 2007
Postado por Anônimo às 18:48 0 comentários
Fim dos tempos...
ok, esse título trágico foi só pra dar um ar de qulaquer coisa pra esse post. Nesse período de festa cada um fica mais no seu canto e o blog fica, também, meio abandonado. Por sua vez pouca gente se dedica a passear pela internet. Para manter as coisas no ar deixo um post da Soninha vereadora de São Paulo pelo PPS, ela descreve como foi o Natal Solidário dos moradores de rua . Pra quem ler o texto inteiro (é grande mas vale muito a pena) verá que as coisas são bem diferentes do que mostram as típicae sonsas matérias natalinas exibidas no Jornal Nacional, SpTv,Fantástico e seus genéricos Jornal da Record e Domingo Espetacular.
Abraços, cae.
Pós-guerra
por SOninha, 27/12/2007
“Desce daí, sua vagabunda! Filha-da-puta!”
Eu já estive em um número suficiente de shows de rock, em cima do palco ou diante dele, e de partidas de futebol, para me abalar com xingamento. Ou coisa pior: em um Skol Rock, levei um copo amassado na testa (bem achatadinho, parecia uma estrela ninja, com grande aerodinâmica). Não, aquele público não tinha nada contra apresentadores da MTV, mas era minha 12ª. entrada no palco. Nas onze anteriores, tinha anunciando as bandas novatas que eram as finalistas do festival, mas os milhares de pessoas presentes estavam ali para ver as duas últimas, Bad Religion e Offspring, e não agüentavam mais olhar para a minha cara...
Em eventos de outro tipo, alguns personagens podem sempre esperar recepção pouco calorosa: políticos, polícia, repórteres da Globo... Às vezes a bronca é pessoal, mas é comum tomar uma vaia em nome da instituição; o desaforo se dirige a pessoas jurídicas, seja lá quem for a pessoa física diante do microfone.
O sujeito à minha frente não sabia quem eu era, mas não queria me ver ali. Queria os shows de música. Ele e mais uns três ou quatro, embriagados pelo álcool, pela natureza ou a vida dos últimos anos. São do povo "de rua". “Você não é a prefeita? Então arruma um trabalho pra mim”, gritava e gesticulava um deles, como se estivesse travando uma luta de boxe com o vento. Sorri: “Eu não sou prefeita. Sou vereadora”. Ficou confuso como se tivesse levado um direto no queixo. Abaixou os braços e sorriu torto. Parecia o soldado de um episódio do Asterix (acho que é “O Escudo Arverno”), tentando gritar “Viva Vercingetórix!”.
Enfim, não liguei. OK, eles odeiam políticos e discursos. Quem há de condená-los por isso? Mas outros faziam questão da minha presença e da fala, ouviram com respeito, gostam de ser merecedores de atenção. Era o Natal Solidário, festa da população de rua que acontece todo 24 de dezembro em alguma praça pública. Em 2007, foi na Sé. Monta-se um palco, há apresentações de artistas diversos – quase todos, gente “da rua” como eles – e distribuição de lanches e brinquedos para as crianças.
A alegria simples daquelas pessoas é de cortar o coração. Momentos antes, havia se apresentado um cover do Raul Seixas (dublando). Incrível, incrível mesmo ver a quantidade de letras que o público sabia de cor. Cantavam junto, interpretavam a letra com mímica, vibravam. Sujos, maltrapilhos, desdentados, descalços, emocionados e felizes.
Se bem que muitos, muitos mesmo, não manifestam emoção nenhuma. Ficam quietos olhando.
Estava indo tudo muito bem; o rapaz da organização a toda hora agradecia “à Prefeitura de São Paulo, a Guarda Civil Metropolitana, à Polícia Militar do Estado de São Paulo”. Ano passado, tivemos problemas com a GCM; este ano, os guardas observavam tudo tranqüilos, solícitos.
Até que começou o rap.
Estava tudo tão calmo que eu já estava indo embora, deixando o pessoal curtir a festa. Só não fui para prestigiar o grupo e ver ao menos uma música. Fiquei feliz por ter ficado – o público reagiu super bem. Os mais animados pulavam, punham as mãos para cima, atentos à rima e aos movimentos dos MCs. Estava tão bacana que comecei a gravar um vídeo com minha câmera fotográfica, mas a memória não deu nem para o cheiro. Em 8 segundos, mal começada a panorâmica pela praça, não havia mais “espaço no memory stick”. Que pena.
Mal sabia eu que o “espaço” faria falta não para mostrar a paz, mas a guerra.
Antes que eu percebesse que havia alguma coisa errada, o grupo interrompeu a apresentação: “Nós vamos dar um tempo porque os ânimos ali estão agitados. Calma, gente”. No lado oposto ao que eu estava, uma pequena aglomeração. “Xi, devem estar brigando”. Não dava para ver nada, exceto o bolo de gente olhando alguma coisa.
O Papai Noel da festa – o Tião, figuraça, ex-morador de rua, autor de livro e peça de teatro – pegou o microfone e parecia um dalai lama: “Povo de rua, vem pra cá. Tumultua não. Venham aqui pra frente do palco. GCM: calma. Não precisa se exaltar. Afasta, pessoal. Calma, GCM”. Eu não enxergava nada, mas fiquei morrendo de medo de como a GCM iria reagir (e nem sabia reagir a que, porque não vi nada acontecendo!). O Tião continuava falando pausadamente, com cuidado para não insuflar ninguém. Até para a polícia ele chegou a pedir ajuda para serenar os ânimos.
Não adiantou. A cena seguinte foi aterrorizante: guardas tacando spray de pimenta na cara das pessoas e sacando os cassetetes (ainda bem que não foram os revólveres!) e dando, dando, dando com fé em quem estivesse na frente. Brandindo o cassetete como uma batuta de maestro, pra tudo quanto é lado. Logo o bolo de gente se desfez em correria – gente passando mal, vomitando, desesperada tentando respirar. E guardas correndo atrás de quem estivesse correndo também, dando cacetada nas costas, passando rasteira, chutando e batendo em gente caída.
Foi horrível. Não vi o começo da coisa, mas o que me contaram foi o seguinte: três guardas foram para cima de um cara que estava de costas para eles, dominaram, jogaram no chão e tentaram algemar e levar embora. Não disseram o que ele tinha feito. Ninguém que estava por perto viu qualquer atitude errada por parte dele. A ação foi bem violenta; a atitude deveria ter sido muito grave, e mesmo assim não se justificaria tamanha truculência.
Inevitavelmente, quem estava por perto foi tentar interferir. “Por que vocês estão levando ele? O que foi que ele fez?”. “Não te interessa. Não se mete. Cuida da sua vida”. “Como assim, não me interessa? Fala o que ele fez!”. Os GCM continuaram agredindo o cara rendido e começaram a ameaçar quem estava em volta. Um rapaz começou a fotografar a cena e um guarda foi para cima dele e ficou tentando arrancar a câmera da sua mão. Ato contínuo, usou pimenta e deu-lhe um chute na canela.
E aí foi. Correria e porrada. Fiquei com medo de começar a voar pedra, mas não vi nenhuma. É capaz que tenha tido, mas não vi. Fiquei tentando acudir uma moça que não conseguia respirar, rezando para não acontecer mais nada, quando vieram me dizer: “Os guardas estão tirando a identificação do uniforme!”. Céus, a coisa estava feia e ia piorar.
Aqui e ali, ânimos exaltados. Nos olhos de alguns guardas, homens e mulheres, ÓDIO. Impressionante. Ai de quem chegasse perto. Pedir a identificação, perguntar “cadê seu chefe, quem está no comando?” recebia, em resposta, um olhar feroz, um rosnado, uma ameaça na forma de cassetete erguido ou mão sobre o coldre do revólver. Um rapaz ao meu lado observou, com uma calma surpreendente: “Eles vão dizer que foi o rap. Começaram a confusão bem na hora do rap pra dizer que o rap é que tem culpa”.
O rap já tinha desistido... Subiu ao palco um cantor de reggae, cantando um salmo. Mas o clima ainda era horrível. Eu não conseguia entender: por que dar uma rasteira, derrubar alguém que está tentando fugir do tumulto, dar várias cacetadas e sair?
Em um canto do praça, um homem sentado no chão chorava e esfregava o braço: “Tá doendo!”. Em volta dele, uma roda de GCM, isolando-o como se fosse uma mina terrestre. Ele chorava, chorava, chorava. Pedia pelo amor de deus. Me aproximei: “Vocês não vão chamar socorro?”. Faziam sinal para que eu me afastasse, ríspidos. Se eu não fosse mulher, teria levado bordoada, certeza. “O que ele fez? O que vocês estão esperando?”. O homem gritava e um guarda aproximava bem o rosto do dele, urrando: “CALA ESSA BOCA! CALA A BOCA, CARALHO!”. E ameaçava dar com o cassetete outra vez. Em um homem sentado no chão, chorando de dor! Eu perguntava, mais calma do que costumo ficar nessas horas: “Pra que isso?”. Um guarda virava a cara, envergonhado; outros faziam sinal para me afastar e não me meter, com ar de ódio.
Acho que eles viram todos os filmes errados. Não assistiram aquelas cenas de policiais frios, inabaláveis, com equilíbrio de mestre de King Fu, lidando com desaforos, impropérios, cusparadas, como se fossem de aço. Rendendo, imobilizando, prendendo no puro cumprimento do dever, e não como se estivessem em uma briga de rua e fossem de uma das gangues rivais.
Pareciam pitbulls, ou pitboys. Valentes? Covardes. Quatro ou cinco contra um. Diante de uma pessoa exaltada, nervosa, reagiam com o dobro da exaltação e nervosismo. O dever deles não seria justamente o contrário? Protegidos, armados, fortes e treinados, como podem agir com tanta raiva, tanto sangue nos olhos?
Nem vou descrever outras cenas, outras agressões. Houve mais alguns ataques coletivos, descontrolados. Um inspetor presente, que não era superior imediato daqueles guardas mas tentava organizar as coisas ali, mal conseguia se fazer ouvir por eles. Um ou outro guarda tentava serenar os ânimos, mas a maioria – é triste dizer, mas era maioria – estava a fim de mesmo de descer o cacete.
Para concluir: uns quinze ou vinte minutos depois, finalmente levantaram o homem que chorava. E...? Torciam o braço dele para trás, com violência indescritível, para algemá-lo. CLARO que ele resistia. Chorava, gritava, IMPLORAVA, mas eles juntaram dois ou três para fazer o serviço e socá-lo para dentro de uma viatura. Felizmente, consegui que alguém me respondesse: estavam levando para o 1º. DP. Qual a acusação? Nenhuma resposta. Se quisesse, eu que fosse ao Distrito acompanhar.
Fui. O delegado e os escrivães nos receberam muito bem. De imediato, pediram para levar os feridos (eram 2) ao Pronto-Socorro. Um deles tinha um talho na cabeça; segundo os guardas, ele tentou fugir ao chegar ao DP e teve a idéia de jerico de dar com a própria cabeça, com toda força, no vidro da viatura, que quebrou. Não tentou chutar, morder ou cabecear um guarda; tentou furar a janela com a testa... Segundo uma testemunha, deram com a cabeça dele no vidro, isso sim.
No caminho do hospital, os GCM ameaçavam os rapazes; já no PS, ficavam vigiando para ver o que os feridos iam dizer aos enfermeiros. “Tomei uma pedrada”, disse o do talho. Os guardas não o desmentiram. Ele olhou bem para a moça que o atendia, que baixou os olhos, compreensiva e temerosa.
De volta ao distrito, os guardas contaram sua versão da ocorrência. Mostraram um paralelepípedo como prova do que tinha acontecido na praça. Um troço monstruoso, difícil até de levantar do chão. Talvez tivesse sido arremessado por uma catapulta... Deram queixa por incitação à violência, apologia ao crime, desacato. Disseram que tinham sido agredidos com uma chuva de pedras e caixotes, e por isso tinham reagido. Um deles esfregava o braço o tempo todo, franzia a testa e fazia bico, como se estivesse doendo muito. (Mais tarde, no IML, dava risada e dava de ombros...)
Enfim, uma tristeza, uma tragédia. Porque não foi só um caso de descontrole em um evento de rua; não foi só uma demonstração de excesso motivado por despreparo. Foi uma exibição de ódio e preconceito. (Na hora da confusão, um guarda dizia para os rappers, ainda em cima do palco: “Depois um toma um tiro, aí vem a mamãezinha chorar”; o homem do braço torcido ouviu de um guarda: “Volta pra Bahia, desgraçado”; outro guarda disse para outra pessoa: “É pra acabar com essa palhaçada de Natal”).
Quem tem esses sentimentos, essas reações, não tem a menor condição de estar na rua. Se eu tenho de estar preparada para ser xingada, que dirá um guarda? Ele tem de cumprir a lei. Se um sujeito atirou uma pedra, tem de ser detido, fichado, processado... Não apanhar de quatro ou cinco. Não se pode admitir espancamento por autoridade!
E o homem do braço jura que não fez nada, só saiu correndo pra fugir do tumulto. Por coincidência, ele aparece nos meus 8 segundos de vídeo, quietinho, sozinho, vendo o show com um ar sorridente, bem longe de onde começou a confusão. No chão da delegacia, ele chorava, chorava, chorava. “Isso é Natal?”.
No dia 24 à noite, depois de serem fichados como “autor/vítima”, eles voltaram para seus albergues. Hoje devem estar por aí, catando papelão. (Na hora em que o do braço foi levado pela viatura, veio um outro correndo atrás de mim: “Ele trabalha, doutora! Eu conheço ele lá do ferro-velho! É trabalhador, é gente de bem!”). Que Natal...
Preocupo-me seriamente com os guardas. Que sejam afastados das ruas; que será deles? Não podem lidar com gente. Não podem ter cassetete, pimenta, revólver. Para onde iriam? Se forem exonerados, que farão por aí essas pessoas? Que trabalho serve para quem tem tanto ódio? Na direção de um ônibus, jogariam o carro para cima do pedestre, como o doido que, meses atrás, passou por cima de um velhinho na Brasilândia, praticamente de propósito. Em vez de reduzir para o velhinho terminar de atravessar, acelerou. Matou.
Tem muito doido nessa cidade. São Paulo precisa de paz, de saúde mental. Antes que eu me desespere outra vez, ou me desespere da vez, lembro de Berlim. Da barbaridade da guerra, da barbaridade do muro. Passou. Ainda deve estar cheio de doido por lá (claro que está), mas a maioria vive e circula em paz. E nem faz tanto tempo assim que era tudo horror e ruína.
Em 2008, que estejamos mais próximos da Berlim de hoje e mais distantes dos escombros, trincheiras e muros de uma cidade em pé de guerra. Paz, São Paulo, paz.
Postado por Anônimo às 18:37 1 comentários
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21 de dez. de 2007
Transposição do São Francisco
Os que apóiam Dom Cappio não podem ser de esquerda. Tornaram-se cúmplices e motores de um dos mais profundos conservadorismos brasileiros. Um esquema que glorifica exatamente aquilo que precisa ser vencido: fome, sofrimento e morte. A fome de miséria do Bispo
por Rodrigo Guéron filósofo, editor da Global/Brasil e professor da UERJ.
um trecho do artigo: (...)O ato do bispo é, em primeiro lugar, um culto à fome, ao sofrimento e em última análise à própria morte. O bispo se auto-exalta, e é exaltado, como alguém que seria mais virtuoso que os outros porque sofre e passa fome. Isso o faria uma espécie de portador da verdade. Ou seja, fome e sofrimento seriam uma espécie de passaporte para a bem. Dessa maneira, no entanto, o bispo restaura o próprio circuito de miséria, violência endêmica e poder, que se fecha numa lógica, num sentido, que há mais de um século aprisiona a vida, e conseqüentemente a política, no Nordeste.(...)
e o artigo completo aqui.
cae...
Postado por Anônimo às 14:59 0 comentários
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Polegar Opositor
Bem, o negócio é que de hoje em diante eu vou começar a postar coisas mais "culturais" lá, seja lá o que isso quer dizer. Convido todos os nossos poucos leitores a frequenterem nosso blog primo também. O endereço é:
É isso. Boa leitura.
Postado por Douglas às 13:34 0 comentários
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Cinema Nacional II
Xuxa em Sonho de Criança
No filme, Maria da Graça Meneghel sonha em ser atriz. (Na vida real ela já desistiu?)
20/12/2007 Marcelo Forlani
Seguindo a tradicional penitência de fim de ano para garantir os presentes de Natal, fui à pré-estréia de Xuxa em Sonho de Criança (2007). Mas depois do que aconteceu ano passado, quando celulares tocaram sem parar, pessoas andaram pela sala e a conversa parecia estar liberada, decidi que ia agir como um súdito da Rainha dos Baixinhos. Sem me preocupar com o próximo, comi de boca aberta, liguei para uns amigos e pisei em alguns pés quando saí da sala no meio da sessão pra ver se a loira estava por perto. E sabe qual foi o resultado? Me mandaram parar quieto. Disseram que eu estava atrapalhando. E quando me sentei, percebi que o filme realmente era bom!
NOOOOOOOOOOOOOOOOTTTTTTTTTTT!
É claro que nada disso aconteceu. Eu não conseguiria criar tamanha algazarra em um cinema, e acho que aquelas pessoas não iam reclamar, afinal, é o hábito delas. E um filme da Xuxa jamais vai ser bom! Se nem agora, em parceria com a Conspiração Filmes (produtora de Eu Tu Eles, O Homem do Ano, Redentor, Casa de Areia, 2 Filhos de Francisco ), o projeto trilhou o bom caminho, é porque assim será até o fim dos tempos. E mais uma vez, para poupar você, assíduo leitor, do sofrimento e deste desnecessário gasto, aqui está o resumo do que o projeto tem de melhor e pior.
Melhor: hmmmm... pois é...
Pior: O filme não tem cores. E não estou sendo poético. A cópia que foi exibida não tinha vermelhos vivos, no máximo tons avermelhados, e em muitas cenas o fundo estava "estourado", todo branco, sabe, como se não houvesse cenário? A trilha sonora está alta, atravessa as falas dos atores e muda o tom do filme do dramático para o pastelão em questão de microssegundos. Convenhamos, é complicado dar a lição de moral, e em seguida jogar uma torta na cara do personagem, né? As crianças não sabem atuar. Tudo bem, a Xuxa também não (ah vá!).
Sobre a história: Maria da Graça Meneghel interpreta Kika, uma professora de matemática que quer ser atriz. Depois de fracassar em mais um teste na sua cidade, ela decide que vai para o Rio de Janeiro tentar a sorte em uma novela. Ao chegar na rodoviária, percebe que perdeu a carteira e acaba brigando com sua melhor amiga, Lara (Alice Borges). Deprimida, conhece uma senhora (Dirce Migliaccio) que está levando sua netinha (Raquel Bonfante) para (adivinha!) o Rio de Janeiro, onde ela vai fazer uma prova para uma bolsa de estudos de informática. Bom, deixando de lado o detalhe de que a menina está indo viajar com uma cesta de piquenique (!?), Kika pega no sono e acorda sabendo que a polícia está atrás dela.
E a partir daí é ladeira abaixo. Para fugir dos problemas, ela aceita um doce da boa velhinha e, num passe de mágica, se transforma em uma menina novamente. Nesta altura, a vozinha já comprou uma passagem (mesmo sendo um ônibus fretado) para "Kikinha" (Letícia Botelho) e elas seguem em direção à capital. A viagem, que deveria ser curta, é interrompida quando o ônibus pifa. Problemas à vista? Que nada, apesar de ninguém mais usar aquela estrada, tem ali um hotel que está sempre vazio e com espaço pra todo mundo. E o melhor, com uma passagem secreta para a cidade ecologicamente ideal, onde mora o interesse romântico de Kika, Ricardo (Carlos Casagrande). E tome discurso pronto de que temos de criar um mundo sustentável e que pequenos atos fazem grandes diferenças!
Pra acabar, depois de explicar que tudo aquilo não passava de um sonho (pros outros, porque pra mim foi mais um pesadelo) vem mais uma lição de moral. Usando o bordão "querer-poder-e-consequir", Kika fala que o sonho de ser atriz talvez não fosse para ela. Que a vida estava dando sinais de que ela tinha mesmo é que trabalhar com as crianças. Opa, calma lá! Pára e rebobina! Se o sonho dela era ser atriz e ela não consegue, então o lance do "querer-poder-e-conseguir" não funciona! Onde está a mensagem do filme, então? Será que é ensinar a aceitar docinhos que velhinhas dão em banheiros de rodoviária?
Postado por Douglas às 13:22 0 comentários
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Contando os corpos
Analisando as notícias do Estadão pode-se notar que só nesse mês incursões israelenses à faixa de gaza resultaram na morte de 25 palestinos. Bom, esses são os números noticiados no Brasil, é possível que na realidade eles sejam diferentes mas enfim dar visibilidade ao menos a esses que temos acesso é fundamental, principalmente porque normalmente eles passam como se fosse algo cotidiano, algo que já estamos acostumados.
Postado por Anônimo às 13:18 0 comentários
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20 de dez. de 2007
Cinema Nacional
Cinema reservado
O cinema não foi feito para humilhar ninguém, embora no Brasil às vezes tenha-se a impressão de que sim
OS CINEASTAS brasileiros querem aumentar a reserva de mercado para a produção nacional. É uma reivindicação legítima. Como seria legítimo eu, como espectador, reivindicar filmes melhores. Não apenas por gostar da cultura brasileira e querer vê-la florescer, mas também pelo fato de o cinema nacional ser amplamente financiado com dinheiro público.
Não é improvável que o espectador médio veja com antipatia a idéia da "cota de tela", que impõe ao mercado um critério baseado na nacionalidade. A turma da pipoca, em busca de entretenimento, muito possivelmente prefere maus filmes americanos a maus filmes brasileiros (talvez até a bons). A reserva de mercado vem com um certo ranço antiamericanista, e é bom lembrar que, queiramos ou não, o cinema americano faz parte da cultura brasileira, como faz parte da cultura global. Formou platéias, definiu um gosto, fixou-se na memória cultural e afetiva do país.
Já o cinema brasileiro tem vivido de surtos. É de Ferreira Gullar a célebre frase: "A crase não foi feita para humilhar ninguém". Eu diria que o cinema também não, embora no Brasil às vezes tenha-se a impressão de que sim.
É verdade que temos visto bons filmes, mas é verdade também que produzimos uma prodigiosa safra de abacaxis, que não atrai público nem eleva o padrão da cinematografia. Por que num ambiente de recursos tão escassos gasta-se com tanto lixo? Será que mais "cota de tela" vai se traduzir em mais qualidade? Ou apenas em mais salas vazias?
Sempre é possível fazer raciocínios não muito complicados que acenem com a probabilidade de que no futuro o arco de filmes de qualidade se amplie, caso defendamos hoje medidas que "fomentem o desenvolvimento" da nossa indústria. Mas será que as atuais regras são as mais adequadas?
Não se trata de enveredar pelo blablablá mercadista bravateiro, mas de discutir a qualidade das políticas públicas para o setor, se elas são uma plataforma de fomento ou uma distribuição ineficiente de recursos, sem risco e contrapartidas, que tende a se perpetuar em meio a pressões por mais proteção.
É claro que políticas de incentivo exigem medidas que possam conferir mais equilíbrio a uma concorrência assimétrica, mas filmes que saem do forno pagos, não geram público e são exibidos por força de cotas não parecem ser o melhor caminho. É preciso pensar aonde se quer chegar -e se é que se pode chegar com as regras atuais.
Estamos em plena temporada de peregrinação consumista. Massas dirigem-se em romaria aos shoppings e ruas de comércio popular. Em meio ao calor e à chuva gosmenta, a legião de papais noéis encasacados que invade a cidade, conduzindo renas entre flocos de algodão, acentua a atmosfera surrealista do frenesi de fim de ano. Nada traduz melhor meu estado de espírito nestes dias do que o cartum do genial Jaguar na capa da "Piauí": um Papai Noel patético, de braços abertos, dizendo: "Estou sem saco pro Natal!".
Postado por Douglas às 21:06 0 comentários
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leia hoje o que você vai ler amanhã
Postado por Anônimo às 15:29 0 comentários
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17 de dez. de 2007
Um fanfarrão....
Postado por Anônimo às 11:57 0 comentários
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16 de dez. de 2007
Cuba inaugura escultura anti-EUA de Oscar Niemeyer
A escultura em si são esses risquinhos vermelhos, feita em metal seguindo exatamente os traços de Niemeyer. Trata-se de um sujeitinho segurando uma bandeira cubana frente a um monstro, os EUA. Ao fundo, o auditório da Universidad de las Ciencias Informáticas de Cuba. A escutura já está pronta, o auditório em construção.
Postado por Douglas às 11:13 0 comentários
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homenagem III
"a mediocridade ativa é uma merda"
oscar niemeyer
Trailler o documentário A Vida É um Sopro... falam nesses trechos cihco buarqur, ferreira gullar e eduardo galeano, além, é claro, do próprio niemeyer.
cae
Postado por Anônimo às 03:41 0 comentários
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15 de dez. de 2007
homenagem II
Descrição no mínimo cômica de Niemeyer pela revista londrina Time publicada essa semana numa matéria cujo título, também com seu toque de comicidade é, "Why Oscar Niemeyr is The King Of The Curves?" . Gringos realmente tem uma necessidades de fazer umas definições, categorizar certas coisas, sei lá. Começam com o toque de brasilidade-exportação citando joão gilberto (óbvio) e demonstram por fim um grande poder de abstração concluindo com marlon brando e um vaso ming (?????).
ai vai então pra facilitar, marlon, oscar, oscar e vaso ming. Façam suas próprias escolhas...
Postado por Anônimo às 11:39 0 comentários
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homenagem
"O sujeito sensível olha para o céu e vê que é pequenino, que é uma merda insignificante. Mas, de qualquer jeito, nada é importante, cada homem deixa sua historinha e acabou."
Oscar Niemeyer, 100 anos
memorial da america latina/sp
oca, sp
Postado por Anônimo às 11:27 0 comentários
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13 de dez. de 2007
2 entrevistas...
Postado por Anônimo às 10:07 0 comentários
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contextualizando o conceito
Postado por Anônimo às 09:44 0 comentários
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a volta....
Postado por Anônimo às 09:23 0 comentários
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12 de dez. de 2007
Boas Novas!
Apesar de uma semana inteira sem atualizações, escrevo para informa-los de algo muito bom. Estamos de férias! Sim, as tão sonhadas férias de verão... Eu pelo menos estou. Minha única preocupação desses dias pra cá é não acordar tão tarde pra não perder o almoço. Volto sexta feira pra casa dos meus pais e, com bastante tempo livre nas mãos, pretendo voltar a atualizar este Blog.
O Cae vai ficar por Barão Geraldo, "sede" do Parou Parou. Vai trabalhar 20 horas por semana, fora os bico. O Grama eu não sei. Mas independentemente disso, o importante é que agora nossas preocupações com a Unicamp acabaram. Só vão voltar no curso de verão, que começa em janeiro.
É isso. Vocês, nossos poucos leitores, podem avisar os amigos e parentes porque o Parou Parou não vai mais ficar parado. Eu acho...
Postado por Douglas às 06:40 0 comentários
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27 de nov. de 2007
Pensamentos breves.
Possibilidade de paz?
Spinoza que além de possuir um belo corte de cabelo (como podem notar na imagem ao lado) era muito sábio certamente teria receio ao pensar em direito internacional notando que nesses casos o válido é o direito do mais forte; os Estados comportam-se então como na natureza onde a única regra é a do "peixe maior comer o peixe menor".
Sendo assim, seria ridículo cogitar que tal reunião chegará a algum ponto traduzido em bem comum.
Para ilustrar a situação transcrevo trecho do diálogo entre Atenienses e Mélios relatado por Tucidedes em História da Guerra do Peloponeso. Atenas havia cercado a cidade de Melos e imensamente mais poderosa belicamente oferece um tratado de rendição aos mélios que negam sentindo-se humilhados:
Mélios: Nós também - não duvideis - achamos difícil lutar contra a vossa força e contra a sorte (salvo se ela for imparcial); apesar disto confiamos, com vistas à sorte, em que graças ao favor divino não estaremos em desvantagem, pois somos homens pios enfrentando homens injustos; (...)
Atenienses: (...) Dos deuses nós supomos e dos homens sabemos que, por uma imposição de sua própria natureza, sempre que podem eles mandam. Em nosso caso, portanto, não impusemos esta lei nem fomos os primeiros a aplicar os seus preceitos; encontramo-la vigente e ela vigorará para sempre depois de nós; pomo-la em prática, então convencidos de que vós e os outros, se detentores da mesma força nossa, agiríeis da mesma forma. Logo, no tocante ao favor divino é compreensível que não receemos estar em desvantagem. ) (...)
Os mélios insistem que seus aliados, os lacedômios, virão ajudá-los seja por honra, seja por afinidade étnica. Insistência que os atenienses replicam com: Não percebeis, então, que o interesse próprio anda lado a lado com a segurança, enquanto é perigoso cultivar a justiça e a honra?
A conclusão do conflito: (...) os mélios, agora cercados mais vigorosamente e às voltas com traições havidas entre eles, capitularam diante dos atenienses, deixando a sua sorte à discrição deles; os atenienses mataram todos os mélios em idade militar que capturaram, e reduziram as crianças e mulheres à escravidão; eles mesmos se estabeleceram em melos e mandaram vir de Atenas quinhentos colonos.
Mais Spinoza
aqui o diálogo de melos completo (inglês)
cae
Postado por Anônimo às 12:50 0 comentários
Marcadores: Caetano T. Biasi, orinete médio
O nada e o 15 de novembro (post resposta)
comentando o post anterior do douglas.
O que mais acho esquisito é que ficam as análises comportamentais dessas figuras e não os aspectos políticos. Ah, D.PEdro II tinha a modernidade em si e tal, ok mas falar que ele é o melhor exemplo para transmitir os valores republicanos é questionável. Estou fazendo essas valorações mas em nenhum momentou entrou-se a fundo nas suas decisões políticas mesmo, no que elas representaram e geraram, sei lá pô, vamos falar da Guerra do Parguai já que falamos do imperador.
Sei lá, valores republicanos... porque não pensar na inconfidência mineira, nas revoluções libertárias de pernambuco e tantas outras?
Estou longe de ser um historiador, mas tenho a impressão que ao produzir heróis - ou mesmo seus inversos - sempre corremos o risco de reduzir muita coisa.
há mais para se dizer, mas fico por aqui.
cae
Postado por Anônimo às 08:39 0 comentários
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25 de nov. de 2007
Reforma universitária para quê?
Ficam aqui os links para leitura, assim como a descrição que vem junta no post da Diplô. Em breve, um comentário mais elaborado sobre essa polêmica.
Ocupar a Universidade
O movimento de ocupações que emergiu nas instituições federais reivindica um legado que nunca deveria ter sido esquecido. Autonomia, democracia e liberdade são conceitos que ajudam na consciência de massas no Brasil, e fazem valer o princípio de universalidade do conhecimento (Por Vinicius Almeida, Allan Mesentier e Daniel Nunes)
A democratização inadiável
Lutar contra a reforma universitária e o REUNI é legítimo numa democracia. Mas que fique claro: trata-se de uma luta de poucos contra muitos, de incluídos contra excluídos, do status quo contra a transformação, do fetiche disciplinar contra a transcidiplinariedade. Enfim, da direita contra a esquerda (Por Bruno Cava)
Enric "Grama" Llagostera
Postado por Enric Llagostera às 02:18 3 comentários
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23 de nov. de 2007
caça às baleias
cae.
Postado por Anônimo às 13:31 0 comentários
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21 de nov. de 2007
O Nada e o 15 de Novembro
Tenho lido bastante, sempre que encontro alguma coisa interessante penso: “Pô, vou postar sobre isso no blog”. Outro dia por exemplo, estava na fila do supermercado e naquelas prateleiras de revistas na boca do caixa tinha uma Veja, acho que era da semana passada, a que tinha o Dom Pedro com a faixa presidencial na capa. Eu vi e fiquei pensando, “Porra, que revista foda, né? Os caras tão querendo o Dom Pedro II pra Presidente da República agora?!”. Nem cheguei a ler a revista, não tive tempo, mas queria escrever sobre a coisa.
Domingo eu li o Ferreira Gullar na Folha, ele também exaltava o Dom Pedro II, contava a história toda dele, resumidamente, claro. Falava dele como um republicano, democrata, abolicionista, humanitário e tudo mais. Falou do livro do José Murilo de Carvalho e contou uma história interessante e triste. Dom Pedro II, em sua viagem de exílio para Paris, soltou uma pomba com a palavra “Saudade” presa na pata ao passar por Fernando de Noronha. A pomba tinha as asas cortadas e não conseguiu voar, caiu no mar e morreu afogada, aos olhos do ex-Imperador.
Nesse aniversário de mais de 100 anos da gloriosa República Brasileira é interessante notar o Imperador deposto é revisitado e não o Marechal presidente. Queria escrever sobre isso, entender porque a imprensa analisa a coisa dessa maneira, mas não consegui. Uma pena. Acho que seria um bom assunto.
Postado por Douglas às 13:17 0 comentários
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14 de nov. de 2007
Punições: Depoimento de Paulinha.
Depoimento de Paulinha sobre o processo de sindicância instaurado na unicamp. Paulinha é aluna de ciências sociais e é um dos alvos da sindicância que visa "investigar" a ocupação da DAC (diretoria acadêmica) realizada no primeiro semestre.
cae...
Postado por Anônimo às 11:38 0 comentários
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13 de nov. de 2007
A arrogancia colonialista, por Mauto Santayana
Artigo de Mauro Santayana de segunda-feira, 12, no Jornal do Brasil
A arrogância colonialista
O presidente Hugo Chávez é descuidado e franco no que fala. Usa, em sua retórica antiimperialista, metáforas quase divertidas, como chamar Bush de diabo. Mas não exagerou ao qualificar o ex-primeiro-ministro espanhol José Maria Aznar de fascista. Aznar, produto típico da Opus Dei, que se reorganiza com novo alento na Espanha, sempre tratou a América Latina com desdém. Em 2002, em Madri, atreveu-se a dar ordens ao presidente Eduardo Duhalde, da Argentina, para que aceitasse e cumprisse as exigências do FMI. Reincidiu na grosseria, ao telefonar a Buenos Aires, logo depois, como um dono de fazenda telefona para seu capataz, a fim de determinar-lhe a assinatura imediata do acordo com o órgão.
Conforme disse o próprio ministro de Relações Exteriores da Espanha, Miguel Angel Moratinos, Aznar deu ordens ao embaixador da Espanha em Caracas para que apoiasse o golpe contra Chávez em 2002. Com o presidente eleito preso pelos golpistas, o embaixador foi o primeiro a cumprimentar o empresário Pedro Carmona, que, também com o entusiasmado aplauso do representante dos Estados Unidos, tomava posse do governo, para ser desalojado do Palácio de Miraflores horas depois.
Não se pode pedir a Chávez que trate bem o ex-primeiro ministro espanhol, embora talvez lhe tivesse sido melhor ignorá-lo no encontro de Santiago. Mas, como comentou, na edição de ontem de El País, o jornalista Peru Egurdide, há um crescente mal-estar na América Latina com a presença econômica espanhola, identificada como "segunda conquista". A Espanha opera hoje serviços como os bancários, de água, energia, telefonia e estradas, que não satisfazem os usuários. Ainda na noite de sexta-feira, em reunião fechada, Lula e Bachelet trataram do assunto com Zapatero, de forma veemente - longe dos jornalistas.
Mas se Chávez, mestiço venezuelano, homem do povo, fugiu à linguagem diplomática, o rei Juan Carlos foi imperial e grosseiro, ao dizer-lhe que se calasse. O rei, criado por Franco, tem deixado a majestade de lado para intervir cada vez mais na política espanhola - conforme o El País critica em seu editorial de ontem. Em razão disso, as reivindicações federalistas dos povos espanhóis (sobretudo dos catalães e dos bascos) se exacerbam e indicam uma tendência para a forma republicana de governo. Pequenos episódios revelam o conflito latente entre os espanhóis e seu rei. Já em 1981, quando do frustrado golpe contra o Parlamento Espanhol, o comportamento de sua majestade deixou dúvidas. Ele levou algumas horas antes de se definir pela legalidade democrática. Para muitos, o golpe chefiado por Millan del Bosch pretendia que todos os poderes fossem conferidos a Juan Carlos, em um franquismo coroado.
Os dirigentes latino-americanos tentarão, diplomaticamente, amenizar a repercussão do estrago, mas o "cala a boca" de Juan Carlos doeu em todos os homens honrados do continente. O rei atuou com intolerável arrogância, como se fossem os tempos de Carlos V ou Filipe II. A linguagem de Zapatero foi de outra natureza: pediu a Chávez que moderasse a linguagem. Como súdito em um regime monárquico, não pôde exigir de Juan Carlos o mesmo comportamento - o que seria lógico no incidente.
Durante os últimos anos de Franco, a oposição republicana espanhola se referia ao príncipe com certo desdém, considerando-o pouco inteligente. Na realidade, ele nada tinha de bobo, mas, sim, de astuto, vencendo outros pretendentes ao trono e assumindo a chefia do Estado. Agora, no entanto, merece que a América Latina lhe devolva, e com razão, a ofensa: é melhor que se cale.
Postado por Anônimo às 08:06 1 comentários
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Puniçoes: Depoimento de Thomaz
Thomaz é aluno de ciências sociais e é um dos alvos da sindicância que visa "investigar" a ocupação da DAC (diretoria acadêmica) realizada no primeiro semestre. Ele fala sobre como tem se dado o processo de sindicância e também sobre todo o movimento deflagrado nas públicas paulistas no primeiro semestre.
Há mais um vídeo com a Paulinha da Ciências Socias mas ainda não consegui subir para o youtube, farei isso até o fim da semana.
ah, e no final há um pequeno clipizinho com imagens da greve...
cae...
Postado por Anônimo às 07:38 0 comentários
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CPMF: Paulo Skaf X Adib Jatene
do blog do Josias:
"Numa das rodas formadas no jantar beneficente para arrecadar fundos para o Incor, no restaurante A Figueira Rubaiyat, Skaf, cercado por médicos e políticos do PT que apóiam o imposto do cheque, tenta rebater: ‘Mas, doutor Jatene, a carga no Brasil é muito alta!’. E Jatene: ‘Não é, não! É baixa. Têm que pagar mais’. Skaf continua: ‘A CPMF foi criada para financiar a saúde e o governo tirou o dinheiro da saúde. O senhor não se sente enganado?’. E Jatene: ‘Eu, não! Por que vocês não combatem a Cofins (contribuição para financiamento da seguridade social), que tem alíquota de 9% e arrecada R$ 100 bilhões? A CPMF tem alíquiota de 0,38% e arrecada só R$ 30 bilhões’. Skaf diz: ‘A Cofins não está em pauta. O que está em discussão é a CPMF’. ‘É que a CPMF não dá para sonegar!’, diz Jatene."
cae...
Postado por Anônimo às 07:33 0 comentários
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12 de nov. de 2007
Recordar 'e viver...
Já se passam mais de 500 anos de quando espanhóis desembararam deste lado do atlântico e um rei espanhol ainda se sente no direito de mandar um presidente latinoamericano se calar. Chavez está longe de ser o libertador que diz ser e faz uso de uma retórica de fato perigosa, entretanto nada justifica esse saudosismo do monarca espanhol.
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Mas afinal do que vive a monarquia se não de saudade?
cae...
Postado por Anônimo às 09:30 0 comentários
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9 de nov. de 2007
Documentarios de Silvio Tendler - Memoria do Movimento Estudantil
A partir de amanhã até 15 de novembro, os documentários Memória do Movimento Estudantil – Ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil e Memória do Movimento Estudantil – O afeto que se encerra em nosso peito juvenil, de Silvio Tendler, terão sessões gratuitas no Espaço Unibanco de São Paulo. Os filmes contam os 70 anos do movimento a partir de dois pontos de vista.
Memória do Movimento Estudantil – Ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil tem como tema a história política e aborda a cronologia do movimento. Já Memória do Movimento Estudantil – O afeto que se encerra em nosso peito juvenil conta com entrevistas e depoimentos, além do momento histórico e cultural relacionados ao tema.
Documentários Memória do Movimento Estudantil – Ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil e Memória do Movimento Estudantil – O afeto que se encerra em nosso peito juvenil
9 a 15 de novembro – às 18h
Espaço Unibanco de Cinema
Entrada franca Rua Augusta, 1475 – Cerqueira César – fone: (11) 3288.6780
em. www.cineweb.com.br
caetano.
Postado por Anônimo às 15:44 1 comentários
7 de nov. de 2007
Eu quero ver o circo pegar fogo turma!
Postado por Douglas às 20:11 2 comentários
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Retrospectiva 68 - Parte 11
Faz muito tempo que eu não posto as tiras do Meiaoito. Originalmente a idéia era postar tudo em duas semanas, mas...
Enfim, segue a penultima parte da história. Vale lembrar que o pensonagem foi criado pelo Angeli. As tiras de hoje foram publicadas no jornal Folha de São Paulo nos dia 11, 12, 14 (duas) e 15 de Julho.
Postado por Douglas às 20:01 0 comentários
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6 de nov. de 2007
"Realmente, do alto do castelo, a vista é linda."
De certa maneira tem havido reformas e tentativas de mudanças drásticas em todas as universidades (ou ao menos nos lugares que podemos realmente considerar universidades); Há um norte sendo colocado tanto nas univerrsidades públicas quanto nas particulares. Essa nova direção nas políticas educacionais para universidades é motivo de alarde desde quando FHC (personificado em seu ministro da educação Paulo Renato) implementou medidas que afetaram drasticamento o ensino universitário. Dessa forma hoje REUNI do governo federal, esse projeto de Redesenho da PUC-SP e o toda projeto de "contenção de gastos" com as universidades públicas paulistas e perda de autonomia das mesmas realizado pelos governos alckmin/serra são manifestações de políticas que não pensam mais a universidade como produção de conhecimento mas como mera formação de mão de obra qualificada, não se pensa sequer o fazer. Submeter a universidade a essa lógica e perder qualquer perspectiva de engrandecimeno do país afinal, se não na universidade, aonde se pensarão e se resolverão os problemas nacionais? Não digo só do ponto de vista das humanidades aonde esse discurso é batida mas pensando conhecimento como um conjunto. Pra quem se destinará então a produção desse conhecimento?
Por vias retas ou tortuosas o movimento de ocupações coloca essas questões na pauta de discussão. E eles realmente só tem sentido de existirem se for pra discutir isso mesmo.
Nesse momento também vale a pena relembrar um artigo da professora Maria Sylvia Carvalho Franco ainda do primeiro semestre naquele cenário de greve nas públicas paulistas em que ela discute o sentido da universidade. Segue trecho
"No mundo regido pela ciência e pela técnica, dominado por centros hegemônicos, o trabalho da teoria, o uso prudente dos conhecimentos, a prática desvinculada da imediatez são os meios capazes de enfrentar a violência com que os interesses lucrativos e a cobiça política estilhaçam a sociedade e a cultura."
Abraços, cae.
MANIFESTO DOS ESTUDANTES OCUPADOS NA REITORIA DA PUC-SP http://ocupapuc.wordpress.com/
Ocupamos a reitoria nesta noite como forma de protesto pela maneira com a qual o "Redesenho Institucional", demissões e bolsas vêm sendo tratadas [sic] nesta universidade. O verticalismo burocrático tem mantido toda a comunidade puquiana à margem de um dos mais importantes processos pelo qual essa universidade já passou. Nós, os estudantes, seguidamente pagamos o pato das políticas desastradas da gerontocracia universitária. Basta! Não aceitaremos a intervenção da tropa de choque neste ato político, como é costume dos poderosos da burocracia universitária. Basta! Não ficaremos calados, conforme é a vontade dos de cima. Basta! Democracia se faz de forma direta, sem conselhos de fantoches, sorrisos e bocas. Basta de laboratórios picaretas e mensalidades altas. Realmente, do alto do castelo, a vista é linda.
Quem sabe o que é o "redesenho"? Estamos aqui para debater com cada estudante, de portas abertas, para construir opiniões e consensos. Sim, a reitoria da PUC-SP não é mais um claustro, à mando da Santíssima Trindade (Pai, Cúria, Bradesco Santo).
O movimento estudantil da PUC não consentirá com tais medidas arbitrárias. Propomos pelo momento:
- Só haverá negociação mediante o resultado das assembléias de curso e com a garantia de não haver nenhuma forma de repressão tanto pela Graber quanto pela polícia.
- Anulação do processo de "Redesenho Institucional". Por um processo realmente democrático, construído pela comunidade.
- Pela revogação da atual política de bolsas que impede os primeiranistas de terem acesso à universidade. Queremos bolsas que atendam as reais necessidades dos estudantes e que a abertura deste novo edital se dê mediante à participação dos estudantes.
- Nenhuma demissão de professores e funcionários. Chega de demissões!
- Nenhuma punição aos estudantes ocupados. Choque então, nem pensar.
- Solidariedade às demais ocupações em todo o Brasil. A nossa luta é uma só!
Amanhã acontecerão assembléias por toda a universidade para discutir as demandas especificas de cada curso frente ao processo de "redesenho".
Postado por Anônimo às 08:34 0 comentários
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30 de out. de 2007
Chuva deixa 2 mortos e gera caos em campinas.
Aquilo que caiu ontem a noite aqui em Campinas não gerou caos, ERA o próprio caos!!!
"Segundo o centro de estudo e pesquisas em agricultura, da Unicamp, os ventos chegaram a 117,8Km/h durante noite".
http://jovempan.uol.com.br/jpamnew/noticias/ultimasnoticias/#110114
Postado por Anônimo às 07:20 0 comentários
29 de out. de 2007
Comentario de Ana Flavia Machado sobre o tema da subocuaçao
-Caetano,
O objetivo do trabalho era caracterizar a população subocupada em regiões metropolitanas brasileiras. Como vc poderá ler na síntese de nosso artigo publicada no Boletim do IPEA "Mercado de Trabalho", volume 33, ano 12, julho de 2007, não estabelecemos nenhuma relação entre desejo de trabalhar mais horas e crescimento econômico. Pelo contrário, mostramos que as pessoas de menor rendimento, ocupadas no setor informal, com baixa escolaridade são aqueles que desejam ampliar a jornada. Tal resultado leva a concluir que desejam trabalhar mais horas para aumentar a renda e, com isso, melhorar o seu bem-estar.
Cordialmente,
Ana Flávia Machado -
até, cae,
Postado por Anônimo às 13:39 0 comentários
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Nassif X Fraga
"Criou-se um mercado. Mas se atrasou na construção do país". Comentário de Luis Nassif sobre a entrevista de Arminio Fraga no estadão em que o ex presidente do BC afirma a chegada da revolução capitalista ao Brasil.
Esse é o artigo do Nassif: http://www.projetobr.com.br/web/blog/5#4739
e aqui dá pra ler a entrevista do Fraga: http://www.estado.com.br/editorias/2007/10/28/eco-1.93.4.20071028.9.1.xml
cae
Postado por Anônimo às 09:19 0 comentários
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28 de out. de 2007
Análise da Veja "Brasileiros querem trabalhar mais"
Óbvio que não! O potencial de consumo de alguém com renda de 500 reais obviamente é bem baixo e esse cara só quer gastar mais tempo trabalhando porque com o que recebe é difícil de se sustentar.
Postado por Anônimo às 10:09 0 comentários
Marcadores: Análises, Caetano T. Biasi, Veja
26 de out. de 2007
Ossário: repressão e intervenção
Qualquer arte que intervém, que incomoda, nem sempre é bem aceita, e a repressão é então chamada à ação. É um clichê falar da repressão policial aos grafiteiros, e a discussão sobre a validade ou não dessa repressão em especial não cabe aqui. O interessante é perceber o funcionamento da repressão aos elementos perturbadores, mesmo quando a intervenção em questão não cabe dentro das justificativas e criminalizações usuais.
Reverse graffiti
Um bom estudo de caso é a obra de reverse graffiti (link em inglês) Ossário do brasileiro Alexandre Orion. Durante noites de trabalho a fio, ele removeu fuligem das paredes de um túnel em São Paulo, formando o desenho de dezenas de caveiras. Limpando seletivamente, criou uma imagem de impacto na paisagem urbana, denunciando a poluição ambeintal da grande cidade.
Segundo o artista, era abordado pela polícia várias vezes a cada noite de trabalho, confundido com grafiteiros. Esses encontros não eram lá muito amistosos, mas Alexandre conseguiu continuar com sua obra após explicar repetidas vezes que estava limpando, e não "sujando", propriedade pública, o que não constitui crime e, logo, não deveria ser reprimido. Assim, a perturbadora fileira de caveiras ganhou forma e número, apesar das várias visitas da polícia e do departamento de trânsito da cidade de São Paulo. Segundo o relato do artista, após perceberem o que ele estava fazendo, alguns policiais até apoiaram sua obra.
O fim de Ossário
A obra foi realizada durante duas semanas, começando em 13 de julho de 2006, no túnel que liga a Av. Europa e a Cidade Jardim. Após duas semanas de incessante trabalho noturno, Ossário tinha 160 metros de extensão. Sua denúncia da mortífera poluição urbana ganhava contornos cada vez mais provocativos aos olhos das autoridades. Finalmente, o túnel foi limpado pela prefeitura, mas apenas onde estava a intervenção, o restante permanecendo sujo. A limpeza da prefeitura foi claramente um gesto de censura, apagando a intervenção e deixando o túnel ainda sujo, como deve ser. Quase uma reverse censura.
Insistente, em 13 de agosto de 2006, Alexandre continuou a remover fuligem e desenhar caveiras, já que ainda tinha sua matéria prima à disposição. No entanto, assim que a obra alcançou 120 metros de extensão, uma equipe conjunta da Polícia Militar e da Prefeitura veio e limpou todo o túnel. Para não correr novos riscos, foram limpos todos os outros túneis da cidade.
Para terminar, fica aqui o vídeo disponibilizado pelo artista em seu site.
Enric "Grama" Llagostera
Postado por Enric Llagostera às 15:38 8 comentários
Marcadores: Arte, artigo, Enric "Grama" Llagostera, Polícia Militar, São Paulo
Sobre o mídia sem máscara.
Até então o MSM era só um site de política com um viés de direita, ótimo, não me incomodava, muito pelo contrário só achava ele ruim - como normalmente também são ruins os sites da esquerda militante. Entretanto há alguns meses vi um vídeo no youtube chamado "Volta CCC" é o clipe de uma banda que pede a volta do comando de caça aos comunistas, da ditadura e exalta a morte de Herzog. Asqueroso.
Tal clipe veicula propaganda do Mídia Sem Máscara. No momento pensei, "sacanagem, um bando de muleques imbecis metidos a nazistinha faz o bagulho e agora querem zuar os caras e tal". De certa forma nunca tinha encontrado nada no MSM defendendo a caça aos comunistas. Fugindo da canalhice mandei uma mensagem ao MSM falando desse vídeo, que mesmo não aparentando ser da autoria deles associava o site a coisas que não imaginava que eles apoiassem. Não recebi nenhuma resposta. Reenviei a mensagem umas 2 vezes e nada. Só tirei uma conclusão, o mídia sem máscara compactua com os valores transmitidos pelo vídeo e pela música e que são de dar nojo.
O vídeo está abaixo, é auto-explicativo.
cae.
Postado por Anônimo às 09:31 1 comentários
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24 de out. de 2007
Postando por postar
Já repararam a quantidade de Reitorias sendo ocupadas esse ano? Só no Centro de Mídia Independente são 14 marcadores diferentes, organizados pelo nome da universidade. Se não me engano a Reitoria da UFBA continua opucada... Isso sem contar as universidades particulares.
Isso é resultado de um ano atípico? Não consigo interpretar esses números...
Douglas
Postado por Douglas às 11:42 1 comentários
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18 de out. de 2007
resposta do ombudsman da folha
Enviei a mensagem dois pesos, duas medidas ao ombudsman da folha e ao painel do leitor. No painel nada foi publicado mas o ombudsman me encaminhou a seginte resposta:
Caro Caetano,
Obrigado por sua mensagem crítica à Folha. Tomei a liberdade de encaminhá-la para conhecimento e avaliação dos editores e também da direção do jornal.
Fico ao seu dispor para novos contatos.
Atenciosamente,
Mário Magalhães
Não vai dar em nada, óbvio, mas que os diretores da Folha saibam que esse critério elitista deles pra privilegiar determinados acontecimentos e notícias é notado pelos leitores.
caetano.
Postado por Anônimo às 13:24 1 comentários
16 de out. de 2007
Ocupaçao da reitoria da UFBA
Desde o dia 1º de outubro DE 2007, estudantes da Universidade Federal da Bahia ocupam a Reitoria da instituição com o objetivo de protestar contra a atual (falta de) política de assistência estudantil da gestão do reitor Naomar de Almeida Filho e contra o decreto que institui o REUNI, além de pretenderem amadurecer o debate e a luta por um modelo de universidade realmente popular.
em: http://www.ocupacaoufba.blogspot.com/
cae
Postado por Anônimo às 10:39 1 comentários
15 de out. de 2007
Deus vetado na escola
Então... Ele foi vetado pelo gov. José Serra, também do PSDB. Sua justificativa, segundo essa matéria da Folha, foi a de que "a decisão de incluir religião como disciplina extracurricular cabe às próprias escolas e não pode ser imposta pelo Executivo ou Legislativo". Uma justificativa um tanto quanto burocrática e sem sentido que se nega a sequer chegar perto do cerne da questão: a complexidade e o erro de se propor o ensino religioso obrigatório (ainda que supostamente ecumênico) dentro do contexto de um estado laico. Além de jogar essa discussão pra cada escola especificamente, o que também é um absurdo quando falamos das escolas públicas.
Agora, o veto do governador volta para a Assembléia Legislativa, onde pode ser derrubado pelo plenário em caso de maioria absoluta. Pode ser que a história desse projeto de lei ainda não tenha acabado, lembrando que, para que ele tenha sido apresentado à sanção do governador, ele foi aprovado na ALESP.
Ah! E só para salientar: ainda de acordo com a mesma matéria da Folha, o governador utilizou a mesma justificativa para barrar uma disciplina sobre meio ambiente e ecologia que seria ministrada nas 3ª e 4ª séries do ensino fundamental. Realmente não entendi como que ecologia e religião podem ser vetadas pelo mesmo critério, já que a ênfase à ecologia nas escolas, se já aprovada na Assembléia e se não fere os princípios fundamentais do estado laico de direito, não teria porque não ser estabelecida, "imposta", por um projeto de lei.
Enric "Grama" Llagostera
Postado por Enric Llagostera às 16:35 1 comentários
Marcadores: assembléia, Enric "Grama" Llagostera, Folha, Serra
Dia dos Professores ou como investir em educação.
No dia 1 de outubro o deputado estadual Carlos Giannazi (psol) publicou um artigo na Folha de São Paulo tratando sobre a farsa que é a pretendida avaliação de desempenho de professores na educação pública de SP. Transcrevo um trecho:
"(...) As políticas salariais do de bônus e gratificações adotadas nos últimos anos pelo próprio governo tucano não só fracassaram como também destruíram a carreira do magistério paulista, tendo como consequência o que revelou a última avaliação do MEC, classificando a rede estadual de São Paulo como uma das seis piores do Brasil.
Como exigir melhor desempenho de professores em condições aviltantes de trabalho?(...)"
Giannazi é um deputado da oposição e dessa forma pode-se dizer criticaria mesmo qualquer coisa do governo Serra(psdb). Esse não parece ser o caso, hoje saiu, novamente na Folha, uma matéria assinada por Daniela Tófoli comparando os salários dos professores no Acre e em São Paulo.
Vamos aos dados divulgados na matéria:
A diferença de 39% já é considerável mas aumenta quando compara-se o custo de vida. No Acre um professor que trabalha 30 hora p/semana e recebe R$1.580,00 compra 12,6 cestas básicas. Em São Paulo o professor que trabalha o mesmo tempo recebe R$966,00 e consegue comprar 4,9 cestas básicas. Assim o poder de compra do professor acreano passa a ser 60% maior que o do paulista
O estado de SP se justificou afirmando que a diferença se dava pois o o estado paulista pagava mais gratificações a esses professores.
Mentira, porque todos os estados pagam gratificações a seus professores e mesmo assim com a gratificação os professores paulistas recebem um bônus de R$329,00 somando então (R$1280). Esse valor não iguala sequer o salário do professor acreano sem gratificações(R$1580).
"(...)A remuneração um pouco melhor no Acre começa a dar resultado. Prova disso pode ser a análise do Saeb (exame do MEC que avalia estudantes) divulgada em fevereiro. Segundo o relatório que compara os resultados entre 2003 e 2005, o Acre foi o estado onde as médias dos alunos da 4 série mais evoluíram. Em português, por exemplo, houve aumento de 13,8 pontos (de 156,2 para 170). Já São Paulo melhorou 1,1 ponto (de 176,8 para 177,9).(...)"
Nem a secretaria da educação nem a da gestão (responsável pelo pagamento dos professores quiseram dar entrevistas sobre assunto.
Os tucanos gostam de dados, de serem gerentes e tudo o mais; a situação está colocada. Sou totalmente favorável a que se premie professores que se destaquem, diretores que tenham propostas interessantes para suas escolas e tudo mais mas isso não pode ser o cerne da política educacional do estado mais rico da federação. O fato é que a melhor maneira de se desenvolver o ensino público é investimento de fato em professores propondo carreiras estimulantes e que permitam a dedicação plena do profissional da educação.
cae.
Postado por Anônimo às 11:00 0 comentários
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